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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva questionou ontem o método utilizado por opositores cubanos para pressionarem pela libertação de presos políticos. "Eu penso que a greve de fome não pode ser usada como um pretexto de direitos humanos para libertar as pessoas. Imagine se todos os bandidos que estão presos em São Paulo entrassem em greve de fome e pedissem liberdade", disse o presidente.

Segundo uma fonte da presidência que preferiu manter o anonimato, Lula também afirmou que não recebeu nenhuma carta de dissidentes cubanos ligados a Guillermo Fa­­ri­­ñas, e que desconhece um pedido para que interceda por presos políticos em Cuba.

Lula pediu ainda respeito às determinações da justiça cubana sobre detenção dos dissidentes que estão em greve de fome, um dos quais morreu. "Te­­mos que respeitar a determinação da justiça e do governo cubanos, como quero que respeitem o Brasil", afirmou Lula em uma entrevista exclusiva à agência de notícias Associated Press.

No fim do mês passado, o opositor Orlando Zapata morreu devido a complicações de saúde provocadas também por uma greve de fome enquanto Lula visitava Cuba para se encontrar com o presidente Raúl Castro e seu irmão, o ex-líder Fidel.

Lula recordou que em seu tempo de líder sindical de opo­­sição à ditadura militar, que go­­vernou o Brasil de 1964 a 1985, fez greves de fome e qualificou a prática como uma "ins­­a­­ni­­dade".

"Gostaria que não ocorressem (detenções de presos políticos), mas não posso questionar as razões pelas quais Cuba os prendeu, como tão pouco quero que Cuba questione as razões pelas quais há pessoas presas no Brasil", acrescentou o líder brasileiro.

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