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Manifestação contra a violência eleitoral em Abidjã: população desafia forças leais ao presidente derrotado e pede posse do vencedor | Sia Kambou/AFP
Manifestação contra a violência eleitoral em Abidjã: população desafia forças leais ao presidente derrotado e pede posse do vencedor| Foto: Sia Kambou/AFP

Isolamento

Países africanos apoiam vencedor de eleições

AFP

Os países da África Ocidental não desejam nenhum compromisso com o atual presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, que deve deixar o poder, afirmou o chefe da diplomacia nigeriana.

"A questão do compromisso não está sobre a mesa", declarou Odein Ajumogobia em Abidjã, antes de uma reunião de cúpula extraordinária da Comunidade Econômica de Estados da África do Oeste (inclui 15 países) que pretende abordar a crise política da Costa do Marfim.

"Algo que pareça com um governo de união nacional como o que existe no Quênia ou no Zimbábue não estará presente nas negociações", acrescentou.

"Estamos decididos a ver Gbagbo deixar o poder", destacou o ministro nigeriano, cujo país preside atualmente a comunidade de estados africanos do Oeste.

Mais cedo, a ministra francesa das Relações Exteriores, Michele Alliot Marie, afirmou que Gbagbo ainda tem a possibilidade de uma "saída honrosa" se reconhecer os resultados das eleições de 28 de novembro.

Gbagbo se nega a reconhecer a derrota nas urnas para Alassane Ouattara.

O sinal da televisão estatal da Costa do Marfim deixou de ser recebido em várias cidades fora da capital do país, Abidjã, em um revés para o presidente Laurent Gbagbo na sua tentativa de permanecer no poder. Para a maioria da comunidade internacional, Gbagbo perdeu as recentes eleições presidenciais para o opositor Alassane Ouattara.

A violência após as eleições já deixou pelo menos 173 mortos. Na última quinta-feira, a Assembleia Geral da ONU reconheceu formalmente Ouattara como vencedor do segundo turno no país, realizado em 28 de novembro.

A Assembleia Geral, que reúne 192 nações, rescindiu as credenciais do atual embaixador marfinense, ligado a Gbagbo, e aceitou as de uma pessoa designada por Ouattara.

A comissária adjunta de direitos humanos da ONU em Genebra, Kyung-wha Kang, disse que pelo menos 173 pessoas morreram por causa da violência após as eleições. Kang afirmou que houve centenas de prisões e dezenas de casos de torturas e maus-tratos. Ela apontou que as forças governamentais impediam que os investigadores examinassem outras denúncias de violações aos direitos humanos, que incluem a possível existência de valas comuns.

Queda de sinal

O canal da tevê estatal, controlado por Gbagbo, continuava transmitindo em Abidjã, mas na noite de quinta-feira o sinal deixou de ser recebido em pelo menos seis cidades do país da África Ocidental, segundo moradores. Não se sabe até o momento o que causou a interrupção.

Há uma semana, partidários de Ouattara tentaram sem sucesso tomar o controle do canal. Ouattara realiza transmissões por uma estação privada de rádio, combinando canções de protesto com notícias do Hotel Golf, onde estão sediadas as lideranças da oposição.

Ouattara também disse que pretendia ter sua própria tevê estatal. Representantes de Gbagbo ainda não comentaram o problema com a tevê oficial.

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