Autoridades egípcias prenderam o presidente deposto do país Mohamed Mursi por 15 dias sob uma série de acusações, incluindo o assassinato de soldados e conspiração com o grupo palestino Hamas, disse a agência de notícias estatal na sexta-feira (26).
A informação surge horas antes de milhões de egípcios irem às ruas em gigantescas manifestações favoráveis e contrárias a Mursi, o primeiro presidente livremente eleito do país, que foi deposto pelos militares em 3 de julho.
A notícia desta sexta também fornece bases legais para a manutenção da prisão de Mursi, que está detido pelos militares desde sua deposição. As acusações se referem à fuga dele, junto a outros líderes da Irmandade Muçulmana, de uma prisão no norte do Cairo.
A informação da agência estatal disse que o juiz Hassan Samir, que investiga o caso, confrontou Mursi com evidências durante seu interrogatório. Não foi informado nem onde nem quando ele foi interrogado.
Um porta-voz da Irmandade Muçulmana, que disse que o Exército realizou um golpe contra o chefe de Estado democraticamente eleito, descreveu as acusações como "ridículas". Gehad El-Haddad disse que a deposição marca o retorno do antigo regime.
As acusações contra Mursi incluem incêndio criminoso, destruição de registros de prisões e "colaboração com o Hamas para tomar atos agressivos no país, atacar instalações da polícia, oficiais e soldados".
O porta-voz do Hamas Sami Abu Zuhri disse que o inquérito marca um "desdobramento grave", acrescentando que o novo governo egípcio "vê a causa palestina como hostil".
"Desafiamos os atuais governantes do Egito a trazer uma única prova de sua alegação de que o Hamas interferiu em assuntos internos do Egito", disse ele.
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