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O Governo chileno confirmou nesta segunda-feira que o presidente Sebastián Piñera se reunirá com os dirigentes dos estudantes universitários para dialogar e buscar soluções para o conflito que já dura três meses, mas admitiu que o esperado encontro ainda não tem data marcada.

O presidente, ao assistir a um encontro empresarial, afirmou que é o momento de dialogar e agradeceu aos jovens por terem levantado questões-chave para melhorar a educação e reiterou seu chamado de deixar para trás a intransigência.

"Esperamos que (a reunião) se concretize nesta semana", disse aos jornalistas o porta-voz do Governo, Andrés Chadwick, que acrescentou que os detalhes da reunião, assim como sua data e hora estão a cargo do Ministro da Educação, Felipe Bulnes. Em todo caso confirmou que Sebastián Piñera estará presente na reunião, descartando a possibilidade da ausência do líder.

A presença de Piñera tinha sido questionada depois que os dirigentes da Confederação de Federações Universitárias (Confech) colocaram algumas condições ao encontro.

Chadwick disse esperar que a reunião seja concluída nesta semana, mas advertiu que o encarregado de oficializar o encontro é o Ministro de Educação, "uma vez que culmine seu processo de convocação". Indicou também que os presidentes do Senado, Guido Girardi, e da Câmara dos Deputados, Patrício Melero serão incluídos na mesa de debate.

"É desejo do Governo que esta reunião aconteça o mais rápido possível, com a convicção e o desejo que não passe desta semana", ressaltou Chadwick.

Camila Vallejo, a líder mais representativa da mobilização que ocorre desde maio em uma reivindicando por melhorias na educação, condicionou o diálogo para que termine a repressão contra o movimento estudantil.

A presidente dos estudantes da Universidade do Chile também espera que freiem o envio de projetos de leis elaboradas sem a consulta dos atores social ao Parlamento, e que o Governo responda os 12 pontos propostos em uma carta entregue na semana passada. "Esperamos que o presidente demonstre vontade política para avançar nestes pontos. Queremos fazer isso cara a cara", reforçou Camila, ao confirmar que a Confech aceitava a convocação de Piñera.

Outros dirigentes do movimento estudantil propuseram que a reunião fosse televisionada, para que o país possa acompanhar, enquanto os mais radicais colocaram como condição a renúncia do Ministro do Interior, Rodrigo Hinzpeter, devido à morte de um adolescente por um tiro, nos protestos da semana passada.

O presidente dos estudantes da Universidade Católica, Giorgio Jackson, confirmou que ainda não receberam um convite formal para a reunião e ressaltou a importância da presença de Piñera. "Esperamos conversar com o Presidente Piñera, foi ele quem chamou para o diálogo e esperamos que ele esteja presente", disse Jackson à rádio "Cooperativa".

"Queremos conhecer sua proposta para ter um trabalho produtivo, em torno de temas sensíveis", disse o dirigente, mencionando entre eles "o autofinanciamento das universidades, o endividamento das famílias e o fim do lucro".

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