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O presidente do Haiti, René Préval, agradeceu ao mundo pela ajuda enviada à empobrecida nação do Caribe após um devastador terremoto que ele comparou com um bombardeio em tempos de guerra.

"Os danos que vi aqui podem ser comparados aos danos que você veria se o país fosse bombardeado por 15 dias. É como em uma guerra", afirmou o líder de 66 anos à Reuters, em uma entrevista do lado de fora da delegacia de polícia que se tornou sua casa e gabinete na capital Porto Príncipe.

O tremor de magnitude 7, que devastou grande parte da montanhosa cidade costeira na terça-feira, também fez desmoronar o elegante palácio presidencial e sua própria casa.

Autoridades do Haiti, a nação mais pobre do Ocidente, dizem acreditar que o número de mortos possa ficar entre 100.000 e 200.000, e que três quartos da cidade precisarão ser reconstruídos.

Préval, que como muitos compatriotas pareceu atordoado com a enormidade da catástrofe, afirmou que não dormiu por dois dias após o terremoto.

"Eu não tenho uma casa, eu não tenho um telefone, este é o meu palácio agora", afirmou, sorrindo sem graça e apontando para a sede da polícia judicial, onde ele está morando.

Várias vezes ele tirou um Blackberry de seu bolso para mostrar que não havia sinal, para ilustrar os grandes problemas de infra-estrutura e comunicações que seu país enfrenta, enquanto os esforços de ajuda internacional ganham força.

Falando calmamente, mas visivelmente abalado, Préval afirmou que conversou na manhã de sexta-feira com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e com o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, para discutir as iniciativas de ajuda que estão sendo enviadas para o Haiti.

"Eles ofereceram simpatia e disseram que farão tudo o que podem para ajudar. Agradeço pela atenção que eles estão dando à situação no Haiti", afirmou Préval, que vestia uma camisa solta.

"TEMOS DE RECONSTRUIR TUDO"

O presidente haitiano, que certo momento verificou vítimas do terremoto que chegavam em ambulâncias, não quis arriscar um número de mortos na tragédia.

"Não vou arriscar um palpite", afirmou Préval, embora várias autoridades nacionais e internacionais tenham dito que o número de mortos possa chegar a dezenas de milhares.

"Temos de reconstruir tudo. O palácio caiu, o Parlamento desmoronou, o Palácio de Justiça caiu", afirmou.

Perguntado sobre o custo da reconstrução, Préval afirmou: "A ONU está em melhor posição para avaliar isso do que nós. O PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) afirmou considerar que mais de 500 milhões de dólares serão necessários."

A falta de comunicação é um grande problema: "Praticamente não há telefones (funcionando). É difícil até ligar para se encontrar com o primeiro-ministro", afirmou Préval.

Também há preocupações quanto à disponibilidade de combustível. "Temos de assegurar que haja gasolina disponível para as empresas de telefonia celular e para os caminhões que estão carregando os corpos. Os hospitais estão cheios", acrescentou.

Caminhões lotados de cadáveres estão levando corpos para valas comuns cavadas às pressas em pelo menos uma região fora da capital, mas milhares de corpos ainda estão sob os escombros.

Autoridades informaram que há saques e crescente indignação e frustração entre os sobreviventes do terremoto enquanto a ajuda internacional demora a chegar devido aos grandes desafios logísticos.

Perguntado sobre qual dos seguintes itens é prioridade - comida, água, comunicações ou polícia nas ruas, ele disse: "Todos, meu amigo. Todos."

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