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O presidente islâmico egípcio, Mohamed Mursi, comemorou nesta quarta-feira a adoção da nova Constituição, apoiada por seus partidários, e anunciou uma remodelação governamental para enfrentar os desafios econômicos do país.

"Vou empreender todos os meus esforços para apoiar a economia egípcia, que enfrenta enormes desafios, mas que também possui grandes oportunidades de crescimento, e farei todas as mudanças necessárias para cumprir esta missão, de crescimento e produção", disse em um discurso televisionado.

"Eu encarreguei Hisham Qandil, o primeiro-ministro, e estou em consultas com ele para fazer as remodelações ministeriais necessárias", acrescentou.

Mursi comemorou a aprovação da nova Constituição, que segundo ele reflete "a vontade livre dos egípcios" e "o espírito da revolução de 25 de janeiro", que derrubou o presidente autocrata Hosni Mubarak, em 2011.

A nova Constituição foi aprovada por 63,8% dos eleitores, uma maioria confortável, porém acompanhada por uma fraca mobilização dos 52 milhões de eleitores aptos a votar. Apenas 32,9% participaram do referendo, em 15 e 22 de dezembro.

O texto é baseado no "direito à cidadania (...) sem discriminação" e prevê "a liberdade de pensamento, criação e os valores da moderação", argumentou.

O chefe de Estado admitiu que precisou tomar "decisões difíceis" para aprovar a nova Constituição, que deve levar a "uma nova era, com mais estabilidade e segurança".

"Sim, houve, durante este período temporário, erros de ambos os lados (...) eu carrego a responsabilidade com vocês", acrescentou.

O presidente também defendeu o referendo, que foi realizado sob alta tensão e foi marcado, de acordo com a oposição e várias ONGs, por irregularidades e fraudes.

"O referendo foi realizado com total transparência e supervisão judicial completa", assegurou, acrescentando que o intenso debate político que ocorreu foi "um fenômeno saudável".

No entanto, "alguns não percebem a diferença entre o direito de expressar sua opinião e o de recorrer à violência", disse ele.

Mursi renovou o seu apelo à oposição a participar de um diálogo nacional, dizendo que "o diálogo se tornou uma necessidade".

A Frente de Salvação Nacional (FSN), a principal coalizão de oposição que reúne forças políticas liberais e de esquerda presidida pelo Nobel da Paz, Mohamed ElBaradei, recusa o diálogo, justificando se tratar de uma fachada.

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