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Guerra civil

Presidente eleito cerca casa de rival na Costa do Marfim

Líder Laurent Gbagbo, que não quer passar a Presidência ao sucessor, está isolado por militares num bunker na residência oficial

Soldados franceses das Nações Unidas fazem patrulha pelas ruas da cidade marfinense de Abdijã | Luc Gnago/|Reuters
Soldados franceses das Nações Unidas fazem patrulha pelas ruas da cidade marfinense de Abdijã (Foto: Luc Gnago/|Reuters)

São Paulo - Em pronunciamento à tevê estatal, o presidente eleito da Cos­­ta do Marfim, Alassane Ouat­­tara, disse ontem que ordenou um blo­­queio militar em torno da casa do líder Laurent Gbagbo, que se recusa a dei­­xar o poder, e prometeu um "re­­torno gradual à nor­­ma­­lidade" e a "retomada das ati­­vi­­dades econômicas" no país a par­­tir de amanhã.

Em meio ao impasse político que se arrasta no país africano desde novembro de 2010, quando venceu a eleição presidencial, Ouattara disse que a residência onde Gbagbo está refugiado num bunker está cercada por um bloqueio militar para ga­­rantir a segurança da cidade de Abidjã.

O discurso de Ouattara chegou horas após o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pe­­dir que Gbagbo, refugiado num bunker na residência oficial, re­­nuncie antes que seja tarde de­­mais, e entregue o poder a Ouat­­tara.

"É absolutamente necessário que, a esta altura, ele ceda seu po­­der ao democraticamente eleito Ouattara, antes de que seja muito tarde", afirmou Ban, acrescentando que esta é "sua última oportunidade para sair disso com dignidade".

Os comentários de Ban foram feitos depois que ele se reuniu com alguns senadores americanos e que um funcionário da ONU declarou que Gbagbo estava ainda em contato com representantes internacionais para discutir uma possível renúncia.

Ataques

O ultimato do chefe da ONU che­­ga também após relatos de que as forças leais a Ouattara voltaram a atacar a residência de Gbagbo, cuja saída do poder é "irremediável", segundo o governo francês.

Fontes do Estado-Maior de Ouat­­tara informaram que, após um fracassado ataque à residência de Gbagbo anteontem, onde o atual governante se refugia com sua família, foi lançada ontem uma nova tentativa com artilharia pe­­sada contra o local. O objetivo da ofensiva continua sendo retirar Gbagbo do local para permitir a Ouattara que tome posse de seu cargo de chefe de Estado.

Enquanto isso, as companhias de eletricidade e água marfinenses emitiram um comunicado de imprensa para solicitar paciência aos cidadãos, já que o abastecimento foi prejudicado pelos combates das últimas semanas.

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