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Teerã (AFP) – O ultraconservador Mahmud Ahmadinejad assume hoje a Presidência do Irã sucedendo ao reformista Mohamed Khatami, em um cenário dominado pela pressão internacional e a inquietação interna. No momento em que o líder religioso supremo, o aiatolá Ali Khamenei, o número um do regime, recebê-lo para confirmar sua ascensão ao poder, a República Islâmica estará imersa em uma crise devido à retomada de suas atividades nucleares que ameaçam levar o país ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

Durante as seis semanas transcorridas entre a vitória de Ahmadinejad nas eleições presidenciais de 24 de junho e sua posse, houve divergências entre o Irã e a comunidade internacional, intensificando-se a queda-de-braço entre a justiça conservadora e o círculo de advogados da prêmio Nobel da Paz de 2003, Shirin Ebadi.

Filho de um ferreiro, Ahmadinejad tem 49 anos e é doutor em Engenharia de Transportes pela Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade de Teerã, onde também foi professor. Ele exalta os valores revolucionários e anuncia a criação de uma "sociedade islâmica exemplar", mas assegura que seu governo será moderado. "Não haverá lugar para o extremismo", disse recentemente, dirigindo-se às mulheres, jovens e artistas, grupos preocupados em manter as conquistas obtidas durante os últimos oito anos de moderada liberalização.

Quanto às relações internacionais, segundo Ahmadinejad, seu governo estenderá a mão da amizade ao estrangeiro, com a exceção dos Estados Unidos, um país cuja ligação é considerada dispensável por Ahmadinejad. Ele também garante que dará prosseguimento às negociações nucleares.

Os hábitos simples de Ahmadinejad, sua reputação de bom muçulmano e seu discurso populista tiveram reflexo nas camadas populares, afetadas pelos estragos causados pelo desemprego e pela inflação. Esses eleitores estão esperançosos de que o novo presidente se preocupe mais com seus salários do que com a liberdade de imprensa.

Já fez isso como prefeito de Teerã desde 2003 e, para conseguir desta vez, contará com o os lucros do petróleo que, segundo a Companhia Nacional de Petróleo (NIOC), neste ano passarão de US$ 40 bilhões.

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