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O presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, retornou hoje ao país, onde enfrenta críticas por ter mantido sua visita à Europa enquanto o Paquistão sofria com as enchentes, consideradas por seu governo o pior desastre natural da nação asiática.

Sua chegada aconteceu enquanto milhares de pessoas ameaçadas pelo transbordamento dos rios fogem da principal cidade da região central do Paquistão. A Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que as operações em todo o Paquistão precisam aumentar "pesadamente".

A ONU anunciou que está trabalhando num plano de resposta que provavelmente vai exigir centenas de milhões de dólares em assistência inicial internacional. Com base nos dados do governo paquistanês, a entidade informou que o número de pessoas afetadas pelas enchentes nas últimas duas semanas é de 13,8 milhões.

O número é mais do que a soma das pessoas atingidas pelo tsunami no Oceano Índico em 2004 e pelos terremotos de 2005 na Caxemira e de 2010 no Haiti, embora o número de mortos desses desastres tenham sido muito maiores do que as 1.500 pessoas que perderam suas vidas por causa das enchentes.

A extensão da crise surpreendeu o governo e frustrou os cidadãos que têm reclamado sobre as lentas ou inexistentes ações de socorro. Em meio às implacáveis chuvas, Zardari - que não é popular no país - partiu para uma visita à França e ao Reino Unido. Seus auxiliares disseram que ele teve de realizar a viagem por questões diplomáticas, especialmente ao Reino Unido, cujo primeiro-ministro, David Cameron, acusou recentemente o Paquistão de exportar terrorismo.

Mas a data da viagem irritou muitos que disseram que Zardari deveria ter permanecido no país. As críticas se tornaram duras depois de informações de que ele visitou o elegante castelo de sua família na França. Zardari desembarcou na cidade de Karachi, sul do país, e deve voltar à capital, Islamabad, amanhã. Ele deve se reunir com ministros-chefes das províncias para estabelecer um programa de reabilitação, disse Fauzia Wahab, porta-voz do governista Partido do Povo Paquistanês.

Taleban

O Taleban no Paquistão pediu que o governo não aceite qualquer ajuda estrangeira para a vítimas das enchentes. O porta-voz do grupo insurgente Azam Tariq disse que o próprio Taleban vai fornecer o dinheiro se o governo parar de aceitar ajuda internacional. A milícia ataca com frequência grupos estrangeiros de ajuda humanitária que, segundo o grupo, trabalham sob uma agenda ocidental.

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