Policiais inspecionam os veículos atingidos por balas após um tiroteio durante a fuga do narcotraficante Jorge Samudio, em Assunção, Paraguai, 11 de setembro de 2019| Foto: NORBERTO DUARTE / AFP

O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, confirmou nesta quinta-feira (12) que apresentará ao congresso um projeto de emenda constitucional para permitir que as forças armadas do país tenham um papel maior no combate ao crime organizado, segundo o jornal paraguaio ABC Color.

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O anúncio foi feito um dia após a fuga do narcotraficante Jorge Samudio, da organização criminosa Comando Vermelho. Samudio, conhecido como "Samura", estava sendo transferido de volta para a prisão em um veículo escoltado pela polícia após uma audiência em um tribunal em Assunção ter sido cancelada.

Segundo o jornal britânico The Guardian, testemunhas relataram que oito homens armados disfarçados de policiais anti-narcóticos abriram fogo contra o comboio, matando um policial e ferindo outros dois agentes e um civil. Em seguida, Samudio e os outros criminosos escaparam.

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"Reafirmo a minha vontade de apresentar na semana que vem um projeto de emenda para utilizar toda a nossa capacidade. Vamos apresentar um projeto de emenda para dar às forças armadas uma nova missão e uma cobertura constitucional, porque nós consideramos que hoje, no mundo, as forças armadas já cumprem um papel diferente e são mais protagonistas no crime organizado", disse Benítez a jornalistas, em ato comemorativo pelo dia da Armada Nacional nesta quinta-feira.

O presidente paraguaio fez também uma homenagem ao comissário Félix Ferrari, morto durante a fuga do traficante Jorge Samudio, dizendo que o agente policial era mais uma vítima do crime organizado e do tráfico de drogas. Para Benítez, a decisão de assumir uma postura firme contra essas atividades criminosas trará muitos adversários.

Segundo a Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai, Samudio, que é cidadão paraguaio, foi responsável pelo envio de drogas no valor de até US$ 20 milhões (cerca de R$ 81 milhões) por mês para o Brasil a partir do Paraguai antes de ser preso.

"Não podemos esperar mais, temos uma capacidade ociosa e temos que usá-la para fortalecer nossa política de segurança. Hoje, há pouca probabilidade de termos guerras internacionais", disse Benítez ao defender o plano de usar as forças armadas para combater o crime organizado. Ele deve apresentar sua proposta ao congresso na semana que vem.