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O presidente russo Vladimir Putin afirmou nesta quinta-feira (18) que os Estados Unidos devem fixar uma data para sua retirada do Iraque. E ainda defendeu mais diálogo com o Irã. As declarações foram feitas um dia após o presidente dos EUA, George W. Bush, falar em Terceira Guerra Mundial caso os iranianos obtivessem armas nucleares.

"Concordo com o presidente americano (George W. Bush) quando diz que o contingente internacional só poderá partir quando o país estiver em situação de garantir sua estabilidade", afirmou Putin em uma sessão de perguntas e respostas com cidadãos russos ao vivo na televisão.

"A diferença de nossas posições é que os americanos dizem que não podem fixar uma data. Acredito que isto deveria ser feito, caso contrário os dirigentes iraquianos se sentirão sob a proteção de um guarda-chuva americano e não se apressarão a reforçar por si próprios a segurança do Iraque", acrescentou. "É inadmissível manter eternamente um regime de ocupação", completou o presidente russo.

Sobre o Irã, país que visitou no começo desta semana, Putin afirmou que é preciso conversar mais e que o país árabe é parceiro da Rússia. Foi a primeira de um líder russo ou soviético a Teerã desde que Joseph Stalin participou, em 1943, da Conferência de Teerã, junto com o presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt, e o primeiro-ministro britânico, Winston Churchill.

O presidente russo sustenta que não há provas que confirmem que o Irã esteja fabricando armas nucleares e bloqueou no Conselho de Segurança da ONU qualquer iniciativa para aprovar uma resolução que inclua o uso da força contra o país.

"O diálogo direto é um caminho mais curto para o êxito que uma política de ameaças, sanções e, sobretudo, de pressões", disse.

Segundo o presidente, "a Rússia, assim como outros países, adota medidas dirigidas a solucionar este problema (a crise nuclear iraniana) por meios pacíficos, que são de interesse de toda a comunidade internacional e do povo iraniano".

"O Irã e a Rússia sempre foram vizinhos. Tivemos e continuaremos a ter uma relação de boa vizinhança com esse país. Em matéria de petróleo, gás e energia atômica, somos parceiros muito importantes", afirmou.

Putin assegurou que as informações sobre os supostos planos de um atentado contra sua vida em Teerã "não eram outra coisa que não uma tentativa de impedir a visita".

O secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, Ali Larijani, afirmou na quarta-feira que o presidente russo entregou aos dirigentes da República Islâmica uma mensagem que continha novas propostas para a solução da crise nuclear.

Em Teerã, Putin voltou a defender o direito de todos os países a desenvolverem um programa nuclear com fins pacíficos e criticou a política dos Estados Unidos no Oriente Médio e na Ásia Central. Encontro com Israel

O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, viaja na manhã desta quinta para Moscou para se reunir com Putin, com quem deve abordar o programa nuclear iraniano e as negociações de paz entre israelenses e palestinos.

David Baker, porta-voz do primeiro-ministro israelense, afirmou que, durante sua curta estada em Moscou, Olmert se reunirá com Putin para conversar sobre as pretensões do regime iraniano em matéria nuclear e outros assuntos de interesse para a região. Ele retornará a Israel ainda na noite desta quinta-feira.

Segundo os jornais israelenses, a visita de Olmert faz parte dos esforços diplomáticos de Israel para conter o programa nuclear do Irã e fazem com que a ONU imponha novas sanções ao regime de Teerã, cujo presidente, Mahmoud Ahmadinejad, declarou em várias ocasiões que "Israel deve ser riscado do mapa".

A visita "relâmpago" de Olmert acontece depois da viagem de Putin ao Irã esta semana, onde se reuniu com Ahmadinejad, defendeu o direito de todos os países a desenvolverem um programa nuclear com fins pacíficos e criticou a política dos Estados Unidos no Oriente Médio e na Ásia Central.

Israel, que considera o Irã uma ameaça para a segurança regional e mundial, pediu várias vezes à Rússia que suspenda sua colaboração militar com o regime islâmico iraniano.

A equipe de assessores que acompanhará Olmert na viagem é integrada pelo diretor do Escritório do Primeiro-ministro, Yoram Turbowitz; o ex-ministro e assessor Shalom Turgeman; o analista militar e general Meir Kalifi e o assessor de imprensa Yanki Galanti.

Na quarta-feira, o ex-primeiro-ministro e líder da oposição israelense, Benjamin Netanyahu, pediu a Olmert que diga a Putin que "em Israel todos estão unidos e se opõem a que o Irã tenha armas nucleares".

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