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O presidente da República Tcheca, Vaclav Klaus, abriu caminho neste sábado para resolver sua objeção de última hora ao Tratado de Lisboa, da União Europeia, e afirmou que a proposta progrediu demais para ele bloqueá-la.

Klaus, o único líder da UE que ainda não ratificou o tratado, paralisou o bloco neste mês quando exigiu uma cláusula para proteger a República Tcheca nas reivindicações de propriedade de alemães étnicos expulsos do país após a Segunda Guerra Mundial.

A barreira aumentou as preocupações de que seriam necessárias novas negociações e ratificações entre todos os membros da UE, ameaçando anular anos de delicado trabalho de diplomatas, que resultaram na aprovação do tratado nos outros 26 Estados do bloco.

Mas, neste sábado, o "eurocético" disse ao jornal Lidove Noviny que, apesar de sua oposição ao acordo, ele foi muito longe para pará-lo.

"Eu não considero que o Tratado de Lisboa é uma coisa boa para a Europa, para a liberdade da Europa ou da República Tcheca. Entretanto, o trem já está muito rápido e muito longe e acho que não será possível pará-lo ou mudá-lo de rumo, embora muitos de nós deveríamos desejar isso", afirmou.

O tratado quer modernizar o processo de tomadas de decisão, que ficou ultrapassado quando os membros da UE saltaram de 15 para 27 países e mais de meio bilhão de pessoas após a expansão, nesta década, para a ex-Europa comunista.

Klaus vê o tratado como uma tentativa de criar um superestado europeu, que tirará a soberania das nações.

Antes de assinar o acordo, ele precisa esperar uma decisão da Corte Constitucional sobre um questionamento do tratado, protocolado por um grupo de senadores. A audiência será realizada no dia 27 de outubro.

O porta-voz de Klaus não estava imediatamente disponível para comentar.

O presidente afirmou no ano passado que não seria o ultimo homem na Europa a impedir o tratado, e a aprovação por eleitores irlandeses em um referendo neste mês aparentemente ajudou para a abertura do presidente direitista.

Mas, nesta semana, ele impôs a nova barreira, exigindo uma exceção similar às dadas a países como Polônia e Irlanda, uma medida criticada por analistas e pela imprensa tcheca, que afirmam que as posturas de Klaus podem isolar diplomaticamente a nação.

Neste sábado, no entanto, ele aparentemente abriu caminho para um acordo que não exigirá grandes negociações. "Eu nunca disse que seria necessário que minha 'nota de rodapé' fosse ratificada por todos os Estados-membros junto com todo o Tratado de Lisboa novamente," disse.

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