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Papinha estava cheia de larvas e fungos | Lucas Fabrício Salamon / Divulgação
Papinha estava cheia de larvas e fungos| Foto: Lucas Fabrício Salamon / Divulgação

No Complexo da Maré

David Cameron visita favela não pacificada do Rio de Janeiro

Agência Estado

Com um forte aparato policial para despistar a presença do tráfico no complexo de favelas da Maré, na zona norte do Rio, o primeiro ministro britânico David Cameron visitou na manhã de ontem um projeto social para crianças e adolescentes da comunidade. Para o percurso de cerca de 500 metros entre o Batalhão da Polícia Militar, onde desembarcou, e a ONG Luta Pela Paz, Cameron teve a ajuda de dois veículos blindados, um helicóptero e PMs armados com fuzis em patrulhas nas ruas da comunidade.

O Complexo da Maré não é pacificado e é dividido por quatro facções criminosas do tráfico de drogas. O projeto social visitado pelo primeiro ministro atende a cerca de 1.500 crianças e adolescentes que participam de oficinas de esportes, aulas de cidadania e cursos profissionalizantes. Na visita, cerca de 300 crianças e adolescentes receberam o britânico e discutiram o legado social dos jogos olímpicos.

O primeiro ministro ouviu das crianças um apelo para que os projetos de esporte e educação continuem mesmo após o fim dos jogos do Rio, em 2016. "É um projeto brilhante que está realmente ajudando crianças para que elas tenham um belo futuro", afirmou. Quatro atletas britânicos medalhistas olímpicos em Londres acompanharam a comitiva e treinaram com as crianças. "Não é só o esporte que aprendem, é conhecimento para a vida, e com isso eles podem ser campeões", afirmou o judoca Euan Barton.

Cameron também conversou com oito jovens lideranças sobre os problemas vividos na favela, como a violência e a falta de oportunidades.

"Os bancos centrais dos países desenvolvidos persistem em uma política monetária expansio­­nista que desequilibra as taxas de câmbio."

Dilma Rousseff, presidente do Brasil.

A presidente Dilma Rousseff não deu indicativo público ao premiê britânico, David Cameron, de que eliminará ou atenuará medidas protecionistas sobre importações. Essa demanda era um dos panos de fundo da primeira visita de Cameron ao país, mas foi ignorada por Dilma em sua declaração à imprensa, ontem, em Brasília.

Cameron foi ao Palácio do Planalto acompanhado de representantes de 50 empresas britânicas. Em entrevista, anteontem, ele disse que o protecionismo do Brasil trará custos no futuro.

Repetindo a essência de seu discurso na Assembleia-Geral da ONU, na terça passada, em Nova York, Dilma afirmou que os estímulos econômicos internos representam um esforço do Brasil para ajudar na recuperação da economia internacional.

"O Brasil tem feito a sua parte, no que se refere à recuperação mundial, quando desenvolve incentivos ao crescimento do emprego e à demanda doméstica. E fiz ver ao primeiro-ministro que, em plena crise, temos aumentado as nossas importações", afirmou a presidente.

Dilma ainda citou dados do comércio entre os dois países, que apontam um crescimento de 10% entre 2010 e 2011, e disse que a maior parte disso refere-se a mercadorias exportadas pelo Reino Unido.

Cameron disse ter transmitido a Dilma a mensagem de necessidade de apoio à redução de protecionismos.

Intervenções

No encontro, Dilma manifestou a oposição da diplomacia brasileira em relação a eventuais intervenções militares na Síria e no Irã.

A defesa de uma solução pacífica para os conflitos na Síria e do diálogo para a resolução da tensão nuclear de Israel com o Irã já haviam sido manifestados pela presidente na última terça-feira, durante discurso na Assembleia Geral da ONU, em Nova York.

O governo britânico é aliado dos Estados Unidos na defesa da necessidade de intervenções militares no Oriente Médio, se isso for avaliado como a opção necessária para a resolução de conflitos e ameaças ao Ocidente.

O Reino Unido lidera, ao lado da França, a ação militar na Líbia – ação em relação à qual o Brasil se absteve no Conselho de Segurança da ONU. "Reiterei ao primeiro-ministro que um processo político liderado pelos próprios sírios é o melhor caminho para a superação do conflito", afirmou Dilma.

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