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O Partido Revolucionário Institucional (PRI) do México, grupo de oposição fundamental para selar alianças do governo, não apoiará uma reforma fiscal que prevê a inclusão de impostos a produtos básicos, disse no sábado um porta-voz do partido.

O governo do presidente Felipe Calderón, que está no poder há três meses, se aproximou de deputados de oposição - que têm mais assentos no Congresso que seu partido - em busca de respaldo para uma reforma fiscal que aumente a baixa arrecadação do país.

Até o momento, não foram dados detalhes sobre a iniciativa que o governo apresentará, e não se sabe se incluirá uma modificação dos impostos de consumo, como o Imposto de Valor Agregado (IVA).

O porta-voz do PRI disse que uma assembléia chegou a um acordo na sexta-feira para ``uma recusa absoluta do IVA sobre alimentos, medicamentos e educação''. Mas acrescentou que apoiará reformas para aumentar a arrecadação dos Estados e municípios do país.

Em um comunicado, o partido afirmou que também respaldará uma reforma energética que o governo de Calderón busca introduzir para modernizar as empresas estatais, como a gigante petrolífera Pemex e a Comissão Federal de Eletricidade.

No México, o setor petrolífero está legalmente nas mãos do Estado, mas a Pemex, galinha dos ovos de ouro do país, informou que necessita mais autonomia e investimentos para incrementar sua exploração e enfrentar o problema de redução das reservas de petróleo.

Analistas consideram que a chegada de Beatriz Paredes à liderança do PRI poderá ajudar nos avanços das reformas de Calderón. Ela é vista como integrante da ala moderna do partido e assumirá no domingo. Líderes do PRI no Congresso também se mostraram favoráveis às reformas.

O PRI, que governou o México ininterruptamente durante 71 anos até 2000, está buscando definir suas estratégias políticas depois da derrota nas eleições presidenciais do ano passado, em que seu candidato ficou em terceiro lugar.

O antecessor de Calderón, o ex-presidente Vicente Fox, não conseguiu concretizar uma ampla reforma fiscal em seus seis anos de administração. Sua proposta também incluía aplicar o IVA a alimentos e remédios, e foi derrotada no Congresso.

O Partido Ação Nacional (PAN), de direita, tem maioria relativa do Congresso, mas não conta com votos suficientes para aprovar as reformas sozinho.

Os votos do PRI são os mais cobiçados pelo governo mexicano, uma vez que o Partido da Revolução Democrática (PRD), de esquerda e segunda força política, recusou-se ao diálogo e acusa Calderón de ter ganhado as eleições de julho do ano passado com ajuda de fraudes.

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