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O procurador-geral dos EUA, Alberto Gonzales, anunciou nesta segunda-feira a sua renuncia ao cargo, que equivale ao de secretário de Justiça. Em breve discurso no Departamento de Justiça dos EUA, Gonzales, que acompanha George W. Bush desde 1990, agradeceu ao presidente pela amizade e se disse honrado de ter liderado o departamento, apesar das controvérsias dos últimos meses (Gonzales está há vários meses no banco dos réus por denúncias pela destituição de promotores por razões políticas). Mas não chegou a explicitar os motivos que o levaram à súbita decisão. Ele deixa o cargo no dia 17 de setembro.

- Ontem [domingo] me reuni com o presidente Bush e informei a ele minha decisão de concluir meus serviços com o governo como secretário de Justiça dos EUA em 17 de setembro de 2007 - afirmou Gonzales. - Eu vivi o sonho americano. Mesmo os meus piores dias como procurador-geral foram melhores que os melhores dias do meu pai - disse Gonzales, o primeiro filho de imigrantes latino-americanos que chegou ao cargo de secretário de Justiça dos EUA.

Segundo uma fonte do governo, Gonzales telefonou para Bush na sexta para comunicar sua saída e, no sábado, viajou com sua família para o rancho do presidente, no Texas, onde Bush tira férias.

Abalado por mais um desfalque no primeiro escalão do governo, George W. Bush se referiu à renúncia de Gonzales, seu colaborador de longa data, atacando duramente os seus críticos. Segundo o presidente Bush, Gonzales foi tratado de maneira injusta e seu nome, difamado.

- É triste viver em uma época em que uma pessoa honrada e com talento como Alberto Gonzales se vê impedida para fazer um trabalho importante porque seu bom nome foi jogado na lama por razões políticas - disse o presidente dos EUA.

Bush classificou Gonzales como um homem de "integridade, decência e princípios" e disse ter aceito sua demissão com pesar. Mas nem todos foram solidários ao procurador-geral, há vários meses no banco dos réus por denúncias pela destituição de promotores por razões políticas. O pré-candidato democrata à Presidência, John Edwards, foi um dos que comemorou a saída de Gonzales do cargo.

- Antes tarde do que nunca - disse.

Controvérsias

A gestão de Gonzales foi permeada de controvérsias, desde a destituição de promotores por supostas razões políticas a críticas quanto ao tratamento dado a detidos como possíveis terroristas. Democratas também o acusam de ter mentido em tesmunhos sob juramento perante o Congresso em relação aos programas de espionagem realizados pela Agência de Segurança Nacional.

Pressionado, Gonzales teve sua demissão pedida até por republicanos.

A saída de Gonzales, de origem hispânica, é o mais recente golpe contra o governo Bush. O presidente americano perdeu nas últimas semanas o seu principal estrategista político, Karl Rove.

Gonzales é o quarto membro do governo a abandonar seu cargo desde novembro do ano passado, quando os democratas venceram as eleições legislativas. O primeiro a deixar o alto escalão de Bush foi o então secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, um dos principais arquitetos da Guerra no Iraque. Rumsfeld deixou o governo um dia após as eleições. No início do ano, foi a vez de Dan Bartlett, diretor de Comunicações, abandonar Bush.

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