O procurador-geral do Egito, Abdelmeguid Mahmud, apresentou nesta terça-feira (9) sua renúncia ao Conselho Superior da Magistratura "por não poder continuar com sua responsabilidade", informou a agência estatal de notícias Mena.

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Mahmud anunciou na sexta-feira passada que tomaria essa decisão para evitar investigar quem o retirou do cargo - o presidente deposto Mohammed Mursi.

"O Egito está enfrentando o perigo da conspiração das forças do mal que querem a discórdia e a divisão do país, o que nos obriga todos a nos unirmos para defender os valores da justiça e da lei", apontou Mahmoud.

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O então procurador-geral disse que exerceu seu posto "comprometido em devolver a independência à Procuradoria-Geral, de modo que fosse fiel à pátria e não a nenhum outro grupo ou corrente".

Mahmoud, que quer se incorporar a outro cargo dentro do Judiciário, foi restituído oficialmente na quinta-feira passada como procurador-geral, depois que o Tribunal de Cassação egípcio emitiu uma sentença definitiva que invalidava a nomeação de Talaat Ibrahim.

O tribunal se pronunciou sobre um recurso que o próprio Mahmoud havia interposto contra sua cessação por parte de Mursi em novembro passado, em uma medida que lhe rendeu a rejeição da maior parte da magistratura.

Mursi se deu a autoridade, em sua polêmica declaração constitucional emitida no último 22 de novembro, de exonerar o procurador-geral, o que até então era uma prerrogativa judicial, e substituiu Mahmoud, criticado como próximo ao regime de Hosni Mubarak, pelo juiz Ibrahim.

Mahmoud justificou na semana passada o apelo contra sua substituição para "defender a independência da Justiça e rejeitar a violação da lei da Constituição", que - na sua opinião - "a autoridade mais alta do país" (a presidência) estava cometendo.

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Logo após voltar à Procuradoria-Geral, tomou decisões como investigar e proibir sair do país a Mursi e a dirigentes da Irmandade Muçulmana por criticar o Poder Judiciário, e ordenou a detenção de alguns deles por instigar a violência.

O exército egípcio depôs no dia 3 Mursi, eleito há um ano, e designou como líder interino do país o presidente do Tribunal Constitucional, Adly Mansour, que deverá convocar e supervisionar as próximas eleições presidenciais.