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O argelino tem visto de permanência no Brasil até julho de 2016. Está em liberdade condicional concedida pela Justiça francesa. | Reprodução? Revista Época/
O argelino tem visto de permanência no Brasil até julho de 2016. Está em liberdade condicional concedida pela Justiça francesa.| Foto: Reprodução? Revista Época/

Investigado pela Polícia Federal após ter sido preso pela Justiça francesa por ligações com o planejamento de atentados terroristas, o professor Adlène Hicheur decidiu deixar o Brasil. De acordo com seus colegas na UFRJ e do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), Hicheur resolveu adotar esta medida após conversar com sua família, que mora em Lyon, na França. Hicheur não comentou quando sairá do país e onde pretende morar, mas que, como relatou a seus amigos, é uma “questão de honra” viajar por conta própria, antes de ter o visto suspenso.

Segundo os professores, Hicheur está evitando aparições públicas — diminuiu as idas à universidade e não voltou à Mesquita da Luz, na Tijuca, que costumava frequentar.

“Ele está se sentindo ameaçado pelo governo!”, conta Ronald Shellard, diretor do CBPF. “É uma vergonha ver um país que acomoda tão bem as pessoas se comportar desta maneira. Entendo que a Polícia Federal monitore o movimento de cidadãos antes das Olimpíadas, mas este trabalho não deveria ser feito com alarde.”

Embora não tenha contado aos colegas a data de sua viagem, Hicheur pretende sair do Brasil antes de eventuais complicações com a Justiça do país, que, segundo Shellard, “manchariam ainda mais o seu histórico”.

No início da semana, Hicheur recebeu duas cartas de apoio assinada por seus colegas — uma de nove cientistas brasileiros, outra de cinco estrangeiros.

De acordo com os pesquisadores estrangeiros, “o professor Hicheur já pagou um preço alto por sua correspondência on-line em 2009 com um interlocutor acusado de ser da al-Qaeda. O Prof. Hicheur nunca cometeu, direta ou indiretamente, qualquer crime ou ato terrorista. Ele cumpriu sua sentença completamente e tem trabalhado pacificamente no Brasil por vários anos”.

Os colegas brasileiros, por sua vez, afirmam que as fases da prisão, julgamento e condenação do professor foram “vazia (sic) de provas”: “Não havia provas para assegurar sua associação a grupo terrorista a não ser essa conversa que mais parecia uma tentativa de aliciamento”.

A carta também ressalta que os responsáveis pela contratação de Hicheur e as autoridades brasileiras responsáveis pela concessão do visto foram informadas de seu caso judicial.

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