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Cairo - Combater a boataria é quase impossível, mas o Parlamento egípcio se propôs a fazê-lo com um projeto de lei que pune, inclusive com penas de prisão, quem espalhar "falsos rumores". O Egito é um terreno fértil para toda classe de boatos políticos, religiosos, sexuais e até de saúde, que se espalham sem freio em uma sociedade submetida a vários tabus noticiários. "O problema é que vivemos em um país que proíbe a circulação da informação. Por isso, os boatos brotam. E agora também querem proibi-los...", ironizou Yahya Qalash, secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas.

Há dois temas favoritos no falatório popular: a vida secreta do presidente Hosni Mubarak e a influência oculta de Israel e dos judeus em vários âmbitos, com propósito último de debilitar os egípcios.

A lei que o Parlamento estuda quer diminuir o fenômeno, mas muitos a enxergam como um ataque deliberado contra a imprensa independente. Os culpados por "atacar os interesses nacionais e a segurança" do país poderão ser punidos com penas de até um ano de prisão e multas de até 50 mil libras (US$ 9 mil), segundo o projeto de lei apresentado por um deputado do Partido Nacional Democrático (PND).

O que mais preocupa os grupos de direitos civis é que o organismo que ficará encarregado de estudar os rumores e identificar os mais daninhos está vinculado à Presidência, e não ao Parlamento, o que dificultaria o seu controle.

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