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O capitão do navio Costa Concórdia, que naufragou no mês passado na costa italiana matando pelo menos 25 pessoas, cometeu uma série de erros que foram agravados por falhas em terra dos operadores da embarcação, segundo documentos da promotoria. O capitão Francesco Schettino está sendo acusado de provocar o acidente por aproximar demais o navio da ilha de Giglio, onde colidiu com uma rocha que rasgou o seu casco, causando uma inundação da casa das máquinas. Ele está sendo formalmente investigado sob as acusações de homicídio e de negligência, por ter abandonado o navio antes que fosse concluída a retirada de todos os seus 4.200 ocupantes. Nesta quinta-feira (23), os promotores acrescentaram duas novas acusações a Schettino, por ter abandonado passageiros incapacitados e deixado de prestar informações às autoridades marítimas. As autoridades confirmaram que os exames toxicológicos feitos no comandante deram resultado negativo. O imediato Ciro Ambrosio e sete outros oficiais do navio e executivos da empresa Costa Cruzeiros também estão sendo investigados. As audiências de instrução do processo, incluindo uma investigação da "caixa-preta" do navio, estão previstas para começarem em 3 de março. Oito novos corpos foram encontrados dentro do navio submerso na quarta-feira (22). Ainda há sete desaparecidos.

Schettino é acusado de ter levado o navio até perto demais da ilha para saudar seus moradores, mas os promotores apontaram vários outros erros.

Em documentos apresentados na quarta-feira para informar Schettino sobre a investigação, os promotores afirmaram que o capitão desacelerou a embarcação enquanto jantava, e depois aumentou a velocidade para 16 nós para recuperar o tempo, apesar de estar em águas rasas demais. Eles disseram também que suas cartas náuticas eram inadequadas, pois não revelavam detalhes como a rocha que atingiu o casco, e que havia gente demais na ponte de comando na hora do acidente, incluindo Domnica Cermotan, amiga de Schettino. Isso, segundo os promotores "gerou confusão e distração para o capitão". O documento afirma ainda que o capitão deixou de realizar as manobras adequadas para evitar a colisão, não ativou os procedimentos para vedar o navio, demorou demais para acionar o alarme geral e ordenar a evacuação, e eximiu-se de orientar a tripulação durante a operação. Já a unidade de crise da Costa Cruzeiros foi acusada de manter-se "culposamente alheia à real situação a bordo" e de não verificar adequadamente as informações passadas por Schettino. Essa unidade, segundo o relatório, se ateve a "aspectos burocráticos (...) e às perspectivas futuras de reparo do navio". Além da investigação oficial, a Costa e a sua empresa controladora, a Carnival Corp., estão sujeitas a várias ações cíveis de sobreviventes e parentes das vítimas.

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