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O presidente sírio deu uma entrevista à rede de TV Addounia | AFP Photo/Divulgação/Addounia TV
O presidente sírio deu uma entrevista à rede de TV Addounia| Foto: AFP Photo/Divulgação/Addounia TV

O presidente da Síria, Bashar al-Assad, disse que falar na imposição de uma zona tampão no território sírio pelo Ocidente é irreal e que a situação em seu país está "melhor", mas será preciso mais tempo para derrotar os rebeldes que estão tentando o tirar do poder.

Assad fez a declaração em uma entrevista à emissora síria de TV Addounia, que divulgou alguns trechos nesta quarta-feira (29).

O presidente, respondendo a rumores sobre seu paradeiro depois do atentado de julho em Damasco, disse estar falando do palácio presidencial, na capital.

"Acredito que a conversa sobre uma zona tampão não é prática, mesmo para aqueles países que estão desempenhando um papel hostil (contra a Síria)", afirmou Assad.

A Turquia, nação vizinha, levantou a ideia de uma "zona segura" a ser criada para os civis, sob proteção estrangeira, já que os combates se intensificaram no levante de 17 meses contra Assad.

Na segunda-feira o presidente francês, François Hollande, disse que seu país apoia a proposta turca.

A Turquia mantinha boas relações com Assad, mas se voltou contra ele em razão de sua violenta resposta ao levante. O primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, se tornou um dos mais duros críticos de Assad e apontou a possibilidade de uma intervenção militar na Síria se os rebeldes curdos se tornassem uma ameaça.

"Nós vamos retroagir por causa da ignorância de algumas autoridades turcas?... (o povo turco) ficou ao nosso lado durante a crise", disse Assad.

O chanceler turco, Ahmet Davutoglu, pediu à ONU nesta quarta-feira que cuide dos sírios deslocados internamente em vez de deixar que eles afluam para a Turquia, que já abriga mais de 80 mil refugiados.

Temendo um afluxo em massa de refugiados, como a chegada de meio milhão de curdos iraquianos durante a Guerra do Golfo, em 1991, a Turquia deu a ideia de criação de uma "zona segura" dentro da Síria, sob proteção estrangeira, para os civis que fogem da violência que se intensifica.

"Esperamos que as Nações Unidas se engajem na questão da proteção dos refugiados dentro da Síria e, se possível, os abrigue em acampamentos lá", disse Davutoglu à imprensa em Ancara.

A Turquia, membro da Otan, reluta em atuar sozinha na criação de uma zona de segurança dentro da Síria, já que isso efetivamente significaria intervir militarmente no conflito.

No Ocidente há pouco interesse em uma ação militar na Síria e nenhuma perspectiva de que o Conselho de Segurança da ONU a aprove, já que a Rússia e a China estariam dispostas a vetá-la.

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