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Seis imigrantes estão há mais de uma semana em greve de fome, pendurados em um guindaste no norte da Itália, intensificando o debate nacional sobre as medidas cada vez mais duras do governo contra os estrangeiros.

Os imigrantes, oriundos do Paquistão, Egito, Índia e Senegal, reivindicam vistos de residência no país e exigem ser recebidos pelo ministro do Interior, Roberto Maroni. Eles afirmam que já pagaram até 4.000 euros cada um pelos documentos.

A opinião pública está dividida sobre o caso na cidade de Brescia. "Lutar duro e sem medo - estamos todos no guindaste", diz um cartaz colocado pelos imigrantes, instalados desde 30 de outubro a 35 metros de altura. Eles usam um megafone para expressar seus pedidos e lançarem palavras de ordem, como "não somos animais" e "direitos para todos."

Muitos conservadores italianos, inclusive ligados ao governo, vinculam a imigração à criminalidade e a perturbações sociais, e uma recente lei criminaliza a imigração clandestina. Os manifestantes dizem que isso inviabilizou a obtenção do visto de residentes, embora eles trabalhem há anos no país.

O prefeito de Brescia, Adriano Paroli, do partido centro-direitista Povo da Liberdade, disse que o protesto não os ajudará a conseguir o visto. Dezenas de milhares de estrangeiros conseguem se regularizar todos os anos graças a anistias governamentais.

Já o Partido Democrático, de oposição, pediu ao governo que aceite dialogar com os imigrantes.

Para o político de esquerda Nichi Vendola, a questão deve ser encarada em sua complexidade. "Enquanto os imigrantes são usados como mão de obra barata ... eles são convenientes. Mas quando pedem que seus direitos sejam reconhecidos, são vistos como sujeitos perigosos a serem mantidos à distância", afirmou.

"Não podemos esquecer que não estamos diante de estrangeiros, ou de pessoas diferentes de nós, estamos diante de outros cidadãos do mundo."

Simpatizantes do grupo planejam realizar uma manifestação no sábado em Bolonha.

Na semana passada, o governo conservador de Silvio Berlusconi divulgou novas medidas de repressão aos imigrantes ilegais, recebidas com entusiasmo por grande parte da população. Uma outra lei aprovada pelo governo estabelece um teto de 30 por cento para crianças estrangeiras nas escolas.

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