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Praça Pérola foi alvo de confrontos novamente. Desta vez, entre exército e estudantes | Joseph Eid/AFP
Praça Pérola foi alvo de confrontos novamente. Desta vez, entre exército e estudantes| Foto: Joseph Eid/AFP

Reação

Obama telefona para rei e se diz preocupado

Washington - O presidente norte-americano, Barack Obama, ligou ontem para o rei Abdullah da Arábia Saudita e para o rei Hamad do Bahrein para expressar "profunda preocupação" com as revoltas da oposição no Bahrein. "O presidente expressou sua profunda preocupação com a violência no Bahrein", informou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.

O telefonema de Obama atende uma reação esperada e ocorre depois de as autoridades do país reprimirem fortemente protestos da oposição xiita em Manama, capital do país, e dias depois de as forças sauditas entrarem no Bahrein para apoiar o governo da minoria sunita.

AFP

Manama - Forças do Bahrein reprimiram manifestantes ontem com uso de gás lacrimogêneo e o apoio de helicópteros, retirando centenas de pessoas que estavam acampadas nu­­ma praça que se tornou símbolo dos protestos da maioria xiita contra a monarquia sunita, a Praça Pérola. Fontes hospitalares disseram que três policiais e três manifestantes foram mortos nos confrontos, que começaram um dia depois de a ilha declarar lei marcial para acabar com os protestos. A vizinha Arábia Saudita já enviou tropas ao pequeno país do Golfo Pérsico também para dissipar as manifestações.

Ação

Helicópteros sobrevoaram a praça e a tropa de choque disparou gás lacrimogêneo ao avançar contra os manifestantes acampados – um grupo de jovens oposicionistas à monarquia de Hamad Bin Isa AL Khalifa. Os jovens reagiram com coquetéis molotov e se dispersaram quando foram atingidos por mais gás lacrimogêneo. Em cerca de duas horas a praça já estava vazia, mas os policiais derrubaram dois policiais de seus carros durante a fuga.

Usando máscaras pretas e armas semiautomáticas, os soldados também bloquearam várias ruas, incluindo o principal acesso ao bairro xiita de Sitra. As ruas ficaram desertas, as lojas foram fechadas, e as pessoas fizeram fila em caixas eletrônicos. "Há ti­­ros perto e longe. Não é só ti­­ro para o alto, é uma guerra ur­­bana", disse um morador que vive perto da Rodovia Budaya, no noroeste do Bahrein, acres­­centando que as forças ha­­viam interrompido três pontes que ligam o aeroporto, na ilha Muharraq, à ilha principal.

A policia também bloqueou o acesso ao hospital Ma­­nama Salmaniya, onde muitas vítimas civis tinham sido previamente atendidas, e testemunhas disseram que o acesso a outros centros de saúde também foi bloqueado. Aparentemen­te, as forças de outros países árabes convidadas pelo governo para apoiar sua ação não se envolveram na operação. Os xiitas, que somam mais de 60% da população barenita, se dizem discriminados pelos sunitas. Movimentos pela queda da monarquia têm causado alarme entre a minoria sunita e na vizinha Arábia Sau­­dita, que também abriga uma expressiva minoria xiita.

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