Protestos contra charges deixam três mortos no Paquistão

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PESHAWAR - Três pessoas morreram, incluindo uma criança, durante violentos protestos, nesta quarta-feira, no Paquistão contra as caricaturas do profeta Maomé publicadas por jornais europeus, afirmaram autoridades de segurança.

Um menino foi morto quando uma bala disparada durante um protesto o atingiu na cabeça na cidade de Peshawar, mas não está claro se o tiro foi dado pela polícia ou por manifestantes, disse uma autoridade, que não quis ser identificada.

Um homem foi morto após um poste de eletricidade cair em meio a um protesto na mesma cidade.

Um outro homem morreu em fogo cruzado entre policiais e estudantes no campus da Universidade de Punjab, na cidade de Lahore. A polícia foi ao local para resgatar um oficial que havia sido capturado pelos manifestantes, disse o superintendente Hussain Habib Gill. De acordo com ele, o policial foi resgatado, mas os estudantes quebraram suas duas pernas.

Milhares de manifestantes em Peshawar incendiaram um restaurante da rede americana Kentucky Fried Chicken (KFC), além de dois cinemas e vários veículos, para protestar contra as charges de Maomé.

O protesto foi convocado pelo Tehrik-el-Tuhafaz-el-Namoos-el-Rasalat (Movimento de Defesa da Dignidade do Profeta), contrário às polêmicas caricaturas de Maomé, publicadas originalmente no jornal dinamarquês "Jyllands-Posten" e reproduzidas depois em muitas publicações européias.

Os manifestantes atacaram lojas e a polícia utilizou gases lacrimogêneos e cacetetes para controlar a multidão, deixando alguns de seus participantes com ferimentos leves.

Como represália, alguns entraram no restaurante da KFC e atearam fogo ao local, ao mesmo tempo em que cantavam palavras de ordem contra os Estados Unidos.

O restaurante de fast-food, segundo testemunhas, ficou totalmente destruído, e as chamas ainda não foram apagadas.

Nesta terça-feira outro restaurante da KFC e um da rede McDonald's, também americana, foram incendiados por manifestantes em Lahore, capital da província paquistanesa do Punjab, no leste do país, em violentos protestos que custaram a vida de duas pessoas.

Os dois manifestantes morreram em Lahore ao serem baleados por guardas de segurança quando tentavam incendiar uma filial do banco Union Bank, segundo fontes policiais.

Esta quarta-feira foi o terceiro dia consecutivo de protestos em todo o Paquistão, uma República Islâmica até agora contida em suas reações, ao contrário do ocorrido na semana passada no Afeganistão.

Nesse país, 12 pessoas morreram na semana passada, a maioria por tiros das forças de segurança, quando manifestantes atacaram embaixadas, bases de soldados estrangeiros e sedes de organismos multilaterais.