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Manifestações que haviam começado como repúdio ao corte de subsídios no Sudão transformaram-se, durante a semana, na exigência da deposição do ditador Omar al-Bashir, conforme as forças de segurança reprimem ativistas violentamente.

Ontem, grupos de defesa dos direitos humanos acusaram o regime de atirar com intenção de matar manifestantes. Ao menos 50 pessoas foram mortas em dois dias, de acordo com a agência de notícias AFP, que afirma serem os protestos mais graves desde aqueles vistos em 1989.

A rede de televisão saudita Al-Arabiya, que vem registrando a crise no Sudão, teve seu escritório fechado na capital, Cartum, na quinta-feira, após seu correspondente no país ser convocado para prestar esclarecimentos.

Os jornais Al-Sudani e Al-Mahjar foram confiscados. O Al-Watan foi impedido de imprimir sua edição, conforme o país vive um apagão no acesso à internet.

A insatisfação popular, disparada por cortes no subsídio ao combustível no início desta semana, tem raiz na calamidade econômica, com altos índices de pobreza e de desemprego.

Com a separação do Sudão do Sul, em 2011, essa nação de maioria muçulmana perdeu a maior parte de sua renda vinda do petróleo.

O Ministério do Interior promete levar os "vândalos" à Justiça. Líderes religiosos foram instruídos a direcionar as tradicionais rezas de ontem nesse sentido. Sudqi Kilo, líder comunista sudanês, foi detido no aeroporto.

Um anúncio conjunto do Centro Africano para Justiça e Paz e da Anistia Internacional expressava "profunda preocupação" com as detenções no país, pedindo que o regime do Sudão não torture os presos.

"Atirar para matar [...] é uma violação do direito à vida, e o Sudão deve imediatamente interromper essa repressão violenta", afirmou um representante da Anistia.

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