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Manifestantes marcham na região do Capitólio em Washington, capital dos EUA, em protesto contra a morte de George Floyd, homem negro que morreu sob custódia policial, 29 de maio de 2020
Manifestantes marcham na região do Capitólio em Washington, capital dos EUA, em protesto contra a morte de George Floyd, homem negro que morreu sob custódia policial, 29 de maio de 2020| Foto: Eric BARADAT / AFP

No quarto dia de protestos na cidade americana de Minneapolis que pedem justiça pela morte de George Floyd, um homem negro de 46 anos que morreu sob custódia policial, outras cidades dos Estados Unidos se juntaram aos atos.

O policial Derek Chauvin, que aparece em vídeo forçando seu joelho contra o pescoço de George Floyd por pelo menos oito minutos, foi preso nesta sexta-feira em Minneapolis, acusado de assassinato em terceiro grau. Chauvin foi envolvido na morte de uma outra pessoa e recebeu pelo menos 17 reclamações de má conduta durante as suas duas décadas de trabalho no departamento de polícia de Minneapolis, relatou a imprensa americana.

Na capital, Washington, a Casa Branca chegou a ficar bloqueada enquanto os protestos aconteciam nos arredores da sede do governo americano. O serviço secreto dos EUA bloqueou as entradas e saídas da Casa Branca para os funcionários do local e equipes de imprensa, mas o bloqueio foi retirado depois que os manifestantes se dirigiram para a região do Congresso americano, segundo a CNN.

Em Nova York, centenas de pessoas se reuniram nesta sexta-feira (29) para protestar em Manhattan e pelo menos oito manifestantes foram detidos, de acordo com a polícia local.

Em Detroit, manifestantes se reuniram em frente à sede da polícia, enquanto policiais distribuíam máscaras faciais para a multidão, segundo o Washington Post. Também foram registado protestos em Washington, Atlanta, Milwaukee, Houston e outras cidades.

Em Atlanta, os manifestantes se reuniram em frente à sede da rede de notícias CNN, que teve uma equipe detida nesta manhã. Um carro foi incendiado no local, mas as chamas foram contidas em seguida.

O prefeito de Minneapolis, Jacob Frey, anunciou um toque de recolher entre 20 e 6 horas neste final de semana, proibindo a circulação em qualquer rua ou espaço público da cidade.

No final da tarde desta sexta-feira, manifestantes bloquearam uma avenida de Minneapolis enquanto gritavam "um já foi, faltam mais três", depois da prisão de um dos policiais envolvidos na ação.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira que falou com a família de Floyd e pediu por "lei e ordem" nos protestos.

"Não podemos permitir que uma situação como a que aconteceu em Minneapolis leve à anarquia e caos. E compreendemos isso muito bem. É muito importante para a família, para todos, que a memória de George Floyd seja perfeita", disse Trump, ressaltando que a família de Floyd merece justiça e a população de Minneapolis merece viver em segurança.

Trump pediu na quarta-feira que o FBI, a polícia federal americana, agilizasse a investigação sobre a morte.

Mais cedo nesta sexta-feira, Trump se manifestou sobre o caso pelo Twitter. "Não posso ficar parado e assistir isso acontecer com uma grande cidade americana, Minneapolis. Uma total falta de liderança. Ou o prefeito da esquerda radical, Jacob Frey, começa a agir e coloca a cidade sob controle, ou enviarei a Guarda Nacional e concluímos o trabalho", tuitou Trump, que continuou: "Esses bandidos estão desonrando a memória de George Floyd, e eu não deixarei isso acontecer. Acabei de falar com o governador [de Minnesota] Tim Walz e disse que o Exército está com ele o tempo todo. Qualquer dificuldade e assumiremos o controle, mas, quando os saques começarem, o tiroteio começará. Obrigado!"

O Twitter marcou essa postagem de Trump como conteúdo que "glorifica a violência", mas não a excluiu, com a justificativa de que o conteúdo é de interesse público. Essa é a segunda vez nesta semana que a rede social coloca um alerta nos tuítes de Trump.

Por que as pessoas estão protestando?

Os protestos começaram depois da divulgação de um vídeo da ação policial que terminou com a morte de Floyd, um homem negro de 46 anos que trabalhava como segurança em um restaurante. Na cena, um policial branco aparece forçando seu joelho sobre o pescoço da vítima, que avisa diversas vezes que não está conseguindo respirar. Floyd foi sufocado por pelo menos oito minutos e, já desmaiado, foi levado em uma ambulância para um centro médico. Ele acabou falecendo logo em seguida, segundo relato médico.

A abordagem policial foi feita sob a suspeita de que Floyd estaria tentando comprar cigarro com uma nota de US$ 20 falsificada em uma loja de conveniência. No vídeo, gravado por alguém que passava pelo local, pessoas ao redor pedem que o policial solte o pescoço de Floyd. Nenhuma arma foi apreendida na abordagem.

Os policiais afirmam que ele resistiu à prisão, mas um vídeo da câmera de segurança de uma loja próxima a onde ocorreu o incidente mostra Floyd sendo retirado pela polícia de dentro do carro dele e algemado, aparentemente sem resistir à prisão. A polícia ainda não divulgou as imagens das câmeras portáteis usadas pelos policiais durante a abordagem.

O FBI iniciou uma investigação sobre a morte de Floyd. A família da vítima pede que Derek Chauvin, o policial visto no vídeo sufocando Floyd com o joelho, seja julgado por assassinato. O prefeito de Minneapolis, assim como políticos democratas e republicanos e celebridades, pediu para que o promotor do condado prendesse Chauvin.

"Ser negro na América não deve ser uma sentença de morte", afirmou o prefeito de Minneapolis, Jacob Frey, que disse que o policial usou uma imobilização não autorizada contra Floyd. "Por cinco minutos, vimos um policial branco pressionar o joelho no pescoço de um negro. Cinco minutos. Quando você ouve alguém pedindo ajuda, você deve ajudar. Esse oficial falhou no sentido humano mais básico".

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