Socorro
Europa não tem plano B
A União Europeia não tem um plano B para evitar um default da Grécia caso o Parlamento grego rejeite o pacote de austeridade proposto pelo primeiro-ministro do país, George Papandreou. A afirmação é do comissário econômico europeu, Olli Rehn.
"A única maneira de evitar um default imediato é o Parlamento endossar o programa econômico revisado", disse Rehn em um comunicado. "Para aqueles que especulam sobre outras opções, quero ser claro: não há plano B para evitar um default", acrescentou.
Atenas - Uma greve geral paralisou a Grécia ontem e forças de segurança voltaram a reprimir manifestantes diante do Parlamento do país em meio ao descontentamento da população local com a elevação de impostos e os cortes nos gastos prometidos pelo governo em troca de um pacote internacional de resgate financeiro.
SLIDESHOW: Veja mais fotos do confronto entre policiais e manifestantes em Atenas
A greve geral de 48 horas convocada pelos sindicatos gregos levou à paralisação de praticamente todos os serviços públicos de transporte, forçou o cancelamento ou a remarcação de dezenas de voos nos aeroportos do país e manteve fechadas as repartições.
Um protesto inicialmente pacífico de aproximadamente 20 mil pessoas logo degenerou em violência, com a tropa de choque da polícia disparando bombas de gás lacrimogêneo contra a multidão. Os manifestantes usaram coquetéis molotov, atearam fogo a cestos de lixo e quebraram pedras do asfalto para lançar na polícia perto do Ministério das Finanças. Pelo menos 46 pessoas ficaram feridas, sendo 37 policiais e nove civis, e 14 manifestantes foram detidos, informaram autoridades locais.
Já à noite, a polícia da Grécia voltou a reprimir protestos na região central de Atenas. Centenas de manifestantes atiravam pedras e outros objetos na direção da polícia, que reprimia o protesto com bombas de gás lacrimogêneo e granadas de efeito moral, disse Panagiotis Papapetropoulos, porta-voz das forças locais de segurança. Os confrontos causaram corre-corre na praça Syntagma.
Dentro do Parlamento, deputados gregos discutiam as novas medidas de austeridade fiscal, que preveem 28 bilhões de euros em cortes no orçamento e elevação de impostos e devem ser votadas hoje. Centenas de milhares de trabalhadores cruzaram os braços em todo o país em protesto contra a votação. Trata-se da segunda greve geral a atingir o país este mês.
Serviços paralisados
A paralisação é convocada pelas duas maiores centrais sindicais gregas, contrárias aos cortes vistos por analistas como cruciais para a estabilidade financeira da zona do euro. Em jogo está um plano de austeridade de cinco anos, com previsão de cortes de 28 bilhões de euros e um programa de privatização relacionado, que Atenas precisa aprovar em troca de nova ajuda de seus parceiros da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Os serviços públicos estavam paralisados ontem por todo o país, com escritórios dos governos central e locais fechados. Hospitais públicos funcionavam em esquema de plantão e as operações do correio estavam suspensas. Escolas e universidades também estavam fechadas, com dezenas de milhares de professores parados Também havia greve nas empresas estatais muitas das quais devem ser privatizadas, caso os novos planos sejam aprovados , e também alguns funcionários em bancos, jornalistas e farmacêuticos faziam suas próprias paralisações.
Os serviços de transporte foram bastante afetados. As operações ferroviárias e por ferry estavam suspensas e os controladores do tráfego aéreo planejaram uma série de paralisações que levaram ao cancelamento de dezenas de voos.
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