Presidente russo se manifestou sobre a morte do líder do Grupo Wagner, a quem elogiou pela “contribuição significativa para a luta contra o nazismo na Ucrânia”| Foto: EFE/EPA/MIKHAEL KLIMENTYEV/SPUTNIK/KREMLIN
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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, se manifestou nesta quinta-feira (24) sobre a morte do líder do grupo mercenário Wagner, Yevgeny Prigozhin, na queda de um avião da Embraer na região russa de Tver na quarta (23).

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“Em primeiro lugar, quero expressar as minhas sinceras condolências às famílias de todas as vítimas, é sempre uma tragédia. Na verdade, se eles estivessem lá, parece… informações preliminares sugerem que funcionários do Grupo Wagner também estavam a bordo”, declarou Putin.

No avião, estava a cúpula do Grupo Wagner: além de Prigozhin, estavam o número 2 da milícia, Dmitry Utkin, e guarda-costas de ambos, segundo informações da agência russa de aviação civil.

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“A investigação será concluída. Agora, estão sendo feitos testes genéticos e técnicos, vai levar tempo”, afirmou Putin, que elogiou o Grupo Wagner por sua “contribuição significativa para a luta contra o nazismo na Ucrânia, nunca o esqueceremos”. Uma das justificativas da Rússia para a invasão à Ucrânia, deflagrada em fevereiro de 2022, é “desnazificar” o país.

A respeito de Prigozhin, Putin disse ainda que ele “foi um homem de destino difícil, cometeu erros graves na vida e alcançou os resultados necessários tanto para si mesmo quanto, quando lhe perguntei sobre isso, por uma causa comum, como nestes últimos meses”, afirmou o presidente russo, em referência à ajuda que o Grupo Wagner prestou às tropas russas durante a guerra na Ucrânia.

Entretanto, tal auxílio chegou ao fim em 24 de junho deste ano, quando o grupo mercenário iniciou um motim contra o governo russo e recuou quando suas tropas estavam a apenas 200 km de Moscou. Prigozhin aceitou se exilar em Belarus e aparentemente pretendia voltar suas atenções para a África, onde o Wagner tem um histórico de atuação.

Putin fez mais elogios e afirmou que o líder do grupo mercenário “era uma pessoa talentosa, um empresário talentoso, [e] trabalhava não só no nosso país”, mas também “na África em particular, lidava com petróleo, gás, metais preciosos”.

Nas redes sociais, especula-se que a queda do avião pode ter sido uma vingança de Putin pelo motim do Wagner, hipótese que o presidente americano, Joe Biden, e o ucraniano, Volodymyr Zelensky, sugeriram em entrevistas.

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O jornal britânico The Sun publicou declarações de integrantes do Grupo Wagner, que disseram suspeitar que “funcionários do Kremlin liderados por Putin tenham tentado matá-lo [Prigozhin]” e que “se a informação sobre a morte de Prigozhin for confirmada, organizaremos uma segunda Marcha da Justiça em Moscou”.

Na noite de quarta-feira, a agência russa de aviação civil divulgou uma lista com os nomes das pessoas que estavam no avião e confirmou que Prigozhin era uma delas.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]