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Manifestante na Ucrânia protesta contra presidente russo Vladimir Putin
Manifestante na Ucrânia protesta contra presidente russo Vladimir Putin| Foto: EFE

Após o presidente da Rússia, Vladimir Putin, reconhecer as regiões separatistas de Donetsk e Lugansk, ao leste da Ucrânia, como territórios independentes, durante o pronunciamento realizado nesta segunda-feira (21), países do Ocidente coordenam novas sanções contra Moscou.

Segundo uma reportagem da agência Reuters, o governo de Joe Biden, nos Estados Unidos, preparou uma medida para cortar as relações entre grandes bancos russos e americanos que permitem pagamentos internacionais.

Também deve colocar empresas russas na lista de “Nacionalidades Especialmente Designadas” (SDN), permitindo sua expulsão do sistema bancário dos Estados Unidos, congelando seus ativos e proibindo o comércio com americanos. Por enquanto, alguns bancos estatais russos de menor porte sofrem estas sanções.

De acordo com a fonte consultada pela reportagem, não está claro se os bancos russos também serão adicionados à lista SDN, mas ambas as sanções trarão consequências ao país, dificultando as transações em dólares.

Além disso, um projeto de lei apresentado pelos democratas do Senado em janeiro determina sanções abrangentes contra altos funcionários do governo e militares russos, incluindo Putin. À época, Biden afirmou que estaria pronto para considerar sanções pessoais ao presidente russo. Moscou respondeu à ameaça afirmando que Putin não seria prejudicado por este tipo de medida, mas elas seriam “politicamente destrutivas”.

Membros da União Europeia também consideram adotar sanções. Na Alemanha, o chanceler Olav Scholz interrompeu o processo de certificação do gasoduto Nord Stream 2. A construção é considerada uma das principais “moedas de troca” da Rússia na Europa, dada a crescente dependência da Alemanha e de outros países vizinhos com relação gás russo.

"Devemos reavaliar a situação, em particular em relação ao Nord Stream 2", disse Scholz em entrevista coletiva. A tubulação, construída para transportar gás da Rússia para a Alemanha através do Mar Báltico, foi concluído, mas ainda não obteve aprovação regulatória.

O chanceler afirmou ter solicitado que o Ministério da Economia tome medidas para garantir que a certificação não ocorra, por enquanto. "Os departamentos apropriados do Ministério da Economia farão uma nova avaliação da segurança do nosso abastecimento à luz do que mudou nos últimos dias", contou Scholz.

Na semana passada, a Grã-Bretanha ameaçou impedir que empresas russas levantem capital em Londres, o centro financeiro da Europa para tais transações. Nesta terça-feira (22), o país impôs sanções a cinco bancos russos e três homens, incluindo Gennady Timchenko, que têm ligações estreitas com Putin.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, declarou que a Rússia caminha para obter o "status de pária" e que o mundo deve se preparar para a próxima etapa do plano de Putin que, segundo o premiê, inclui uma invasão em larga escala da Ucrânia preparada pelo Kremlin.

Uma das medidas mais duras cogitadas pelos aliados ocidentais seria desconectar o sistema financeiro russo do SWIFT, que lida com transferências internacionais e é usado por mais de 11.000 instituições financeiras em mais de 200 países.

Em 2012, a SWIFT desconectou os bancos do Irã à medida que as sanções internacionais ao país se intensificavam por causa de seu programa nuclear. O Irã perdeu metade de suas receitas de exportação de petróleo e 30% do comércio exterior, segundo o think tank Carnegie Moscow Center. Pedidos para cortar o acesso SWIFT da Rússia foram debatidos em 2014, quando Moscou anexou a Crimeia, levando Moscou a desenvolver um sistema de mensagens alternativo, o SPFS.

Por fim, o Japão também afirmou que está pronto para se juntar às nações do G7 na aplicação de sanções à Rússia. O reconhecimento dos separatistas foi classificado pelo primeiro-ministro Fumio Kishida como uma ação "inaceitável e uma violação da lei internacional". O gabinete de Kishida divulgou, mais tarde, que o líder telefonou para Olaf Scholz, na Alemanha, para reafirmar a cooperação com relação à situação na Ucrânia.

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