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Quase um quarto dos homens em seis países da Ásia e da região do Pacífico (23%) admitiu ter cometido estupro pelo menos uma vez, de acordo com um relatório da ONU sobre a violência contra a mulher. A agressão é mais comum entre casais, com muitos parceiros alegando direitos sexuais. No entanto, um em cada dez entrevistados admite ter estuprado uma mulher com a qual não tinha um envolvimento emocional.

A pesquisa realizada em China, Indonésia, Papua Nova Guiné, Camboja, Sri Lanka e Bangladesh ouviu dez mil homens e mostra que metade daqueles que admitiram o estupro confessaram tê-lo feito mais de uma vez. Este é o primeiro estudo envolvendo vários países para examinar a violência contra a mulher e as razões por trás dela. Pelo menos 75% alegaram direitos sexuais.

Emma Fulu, uma das autoras do relatório, explicou que muitos acreditam ter direito a relações sexuais mesmo que a mulher não dê seu consentimento. Segundo ela, a pesquisa revela que também é comum o estupro "como forma de divertimento".

"Seja por diversão ou porque estejam entediados", contou Emma.

As agressões também são impostas como forma de punição. E, contrariando o que os pesquisadores esperavam, o motivo menos frequente foi a embriaguez.

O estudo foi publicado na revista "The Lancet Global Health", e seus autores destacam que não representa toda a Ásia e região do Pacífico.

Em Papua Nova Guiné, 60% dos entrevistados contaram já ter obrigado uma mulher a ter relações sexuais com eles. Já nas zonas urbanas de Bangladesh e Sri Lanka, o índice cai para 10%. Em Camboja, China e Indonésia, o número fica em torno dos 20%.

Os dados revelam que aqueles que sofreram abusos ou agressões quando eram crianças apresentam mais tendência a cometer um estupro.

"Mais da metade dos casos que não envolvem a parceira são realizados por adolescentes, o que confirma os jovens como um alvo crucial para evitar esse tipo de agressão", avaliou Michele Decker, da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, em Baltimore, em entrevista à rede BBC. "O desafio agora é transformar dados em ação, criar um futuro mais seguro para a próxima geração de mulheres e meninas".

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