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Quatro colonos israelenses foram mortos a tiros na terça-feira na Cisjordânia ocupada, em um ataque que o grupo islâmico palestino Hamas disse ter sido seu primeiro gesto contra as negociações de paz que terão início na quarta-feira em Washington.

Os quatro israelenses foram alvejados dentro do veículo em que estavam, perto da disputada cidade de Hebron, palco de violência por décadas mas que passou por um período de calmaria nos últimos meses.

"Este ataque é um elo em uma série de ataques, alguns foram executados, e outros se seguirão", disse à Reuters Abu Ubaida, porta-voz do braço armado do Hamas, chamado Izz el Deen al Qassam, que antes havia divulgado nota em que "anuncia sua total responsabilidade pela heroica operação em Hebron".

A declaração contradiz recentes sinais do Hamas de que o grupo não deseja retomar os ataques contra Israel que desencadearam uma devastadora ação militar do Estado judeu contra a Faixa de Gaza em 2008-09, em que 1.400 palestinos e 13 israelenses morreram.

Mas o grupo islâmico, que tem apoio do Irã e controla a Faixa de Gaza, é contra o processo de paz, e dele não participa. O Hamas considera o presidente palestino, Mahmoud Abbas, da facção rival Fatah, como um "traidor" por ter aceitado conversar com Israel sobre um acordo de paz.

Após um hiato de 20 meses, Abbas e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reabrirão oficialmente o processo de paz num jantar oferecido pelo presidente Barack Obama na quarta-feira em Washington, e no dia seguinte iniciarão as negociações.

Netanyahu disse que o ataque prova que não pode haver "nenhuma concessão" por parte de Israel nas suas exigências sobre segurança, segundo um porta-voz, acrescentando que o primeiro-ministro "ordenou que as forças de segurança ajam sem limites políticos para apanhar os assassinos, e reajam agressivamente."

Em Ramallah, capital administrativa da Cisjordânia, o primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, divulgou nota dizendo que o ataque "viola os interesses dos palestinos" e prometendo medidas para evitar que isso se repita.

Um porta-voz do Exército de Israel disse "esse foi um ataque terrorista, e o Exército o está tratando como um grave incidente".

Fontes militares israelenses disseram que as quatro vítimas eram israelenses do assentamento de Beit Haggai.

O incidente de terça-feira à noite foi o mais letal na Cisjordânia em quatro anos, segundo o Exército. O ministro israelense da Defesa, Ehud Barak, disse que Israel vai "exigir um preço" pelas mortes.

"Esta foi uma aparente tentativa de terroristas rasteiros de sabotar a tentativa de obter um processo diplomático e de tentar ferir as chances do diálogo que está se abrindo em Washington", disse Barak.

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