Raúl Castro discursa na abertura do oitavo congresso do Partido Comunista de Cuba e anuncia a sua renúncia do comando do partido, 16 de abril| Foto: Ariel LEY ROYERO / ACN / AFP
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Raúl Castro anunciou nesta sexta-feira (16) que vai renunciar à liderança do Partido Comunista de Cuba, o cargo de maior poder na ilha. A decisão, anunciada durante congresso do único partido cubano, marca a primeira vez desde 1959 que um dos irmãos Castro não terá papel de liderança significativo no regime comunista.

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Mesmo depois de Miguel Díaz-Canel ter sido nomeado presidente de Cuba em 2018, Raúl Castro, 89 anos, continuava envolvido na liderança do país. Díaz-Canel deve ser nomeado primeiro secretário do Partido Comunista durante o congresso, que vai até segunda-feira. Não está claro se haverá alguma mudança importante na governança de Cuba após a aposentadoria de Castro.

"Ratifico neste congresso do partido a vontade de desenvolver um diálogo respeitoso e edificar um novo tipo de relação com os Estados Unidos", sem renunciar "aos princípios da revolução e do socialismo", disse Castro no primeiro dia do oitavo congresso do Partido Comunista Cubano.

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Raúl Castro assumiu o poder após a morte de seu irmão, o ditador Fidel Castro, em novembro de 2016.

Em 2014, Castro esteve ao lado do então presidente americano Barack Obama, que reativou as relações diplomáticas entre os dois países. No entanto, o republicano Donald Trump voltou a impor medidas duras contra o regime cubano.

Em declarações citadas pela agência estatal de notícias Prensa Latina - o congresso partidário é realizado a portas fechadas e sem acesso para a imprensa estrangeira -, o irmão de Fidel Castro disse que as mais de 200 medidas contra Cuba impostas durante o mandato de Trump manifestam a "natureza impiedosa do imperialismo".

Em Cuba, um dos últimos países comunistas remanescentes no mundo e que passa por uma grave crise econômica, esperava-se que a chegada do democrata Joe Biden à Casa Branca, em janeiro, trouxesse uma nova aproximação com Washington. No entanto, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, ao ser questionada nesta sexta-feira sobre o congresso dos comunistas cubanos, reiterou que a mudança de política em relação a Havana não é uma prioridade para a política externa de Biden.

A economia cubana teve retração de 11% em 2020. A crise foi agravada pela pandemia de coronavírus e a paralisação do turismo no país, que enfrenta ainda escassez de alimentos.

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