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O presidente interino de Cuba, Raúl Castro, reconheceu nesta quinta-feira (26) a dificuldade enfrentada no período ausência de Fidel Castro, que há exatamente um ano fez sua última aparição pública dias antes de se afastar do governo por problemas de saúde.

"Foram na realidade meses muito difíceis, embora com um efeito diametralmente diferente ao que nossos inimigos esperavam, sonhando que o caos se instalaria e o socialismo cubano iria se desestruturar", disse Raúl em discurso no ato de comemoração do 26 de julho em Camagüey, 550 quilômetros a leste de Havana.

"Importantes funcionários norte-americanos declararam o propósito de aproveitar tal cenário para destruir a Revolução", afirmou.

O ministro das Forças Armadas Revolucionárias reconheceu que foi "um duro golpe" a doença que há um ano afastou Fidel da vida pública, mas afirmou que "nem nos momentos mais graves da doença ele deixou de fornecer sabedoria e experiência diante de cada problema e decisão".

Mais de 100 mil pessoas, segundo fontes oficiais cubanas, participam do ato convocado em Camagüey para comemorar a frustrada invasão do quartel Moncada, em 26 de julho de 1953, considerada o início da revolução cubana e uma das maiores festividades de Cuba.

Ramo de oliveira

Durante o discurso, Raúl Castro lançou um "ramo de oliveira" à administração que substituirá o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, em 2009.

"A nova administração que surgir (terá que decidir) se mantém a absurda, ilegal e fracassada política contra Cuba ou aceita o ramo de oliveira que oferecemos nos 50 anos das Forças Armadas Revolucionárias, quando reafirmamos a disposição de discutir a pé de igualdade a prolongada divergência com os EUA", disse Raúl Castro, em referência à oferta de diálogo lançada a Washington em 2 de dezembro.

Após as próximas eleições presidenciais americanas, concluirá a "errática e perigosa" administração de Bush, "caracterizada por um pensamento retrógrado e fundamentalista, que não deixa margem à análise racional", afirmou.

Se as novas autoridades americanas deixarem de lado a prepotência e decidirem conversar de modo civilizado, "sejam bem-vindos, se não for assim, estamos dispostos a continuar enfrentado sua política de hostilidade, inclusive durante mais 50 anos se for necessário", advertiu Raúl Castro.

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