Pressão
Rússia apoia plano do enviado especial da ONU, diz Europa
Folhapress
A Rússia compartilha a posição europeia de que o plano do enviado da ONU à Síria, Kofi Annan, é "a melhor oportunidade para romper o ciclo de violência" e "evitar uma guerra civil" no país.
A afirmação foi feita pelo presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, após se reunir com o presidente russo, Vladimir Putin, em São Petersburgo.
Ele admitiu que "pode haver visões divergentes" entre Moscou e o bloco, mas destacou a necessidade de um trabalho conjunto.
"Temos que unir nossos esforços para que ele [o plano] ocorra e para encontrar uma mensagem comum", disse.
A Rússia, com o apoio da China, tem travado qualquer ação mais dura contra o regime de Bashar Assad no Conselho de Segurança da ONU.
A embaixador da China na ONU, Li Baodong, disse ontem que seu governo não está "protegendo" Assad e que tem instado todos os lados na Síria a implementar o plano de Annan, que prevê, além da trégua, o diálogo com a oposição e o respeito a protestos pacíficos.
"Os massacres dos quais o regime do presidente Bashar Assad participa, mas nega, são evidência da necessidade de uma transição política nesse país."
Jay Carney, porta-voz de Washington.
Os rebeldes sírios não estão mais comprometidos com o plano de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) para pôr fim à violência no país.
"Decidimos encerrar nosso compromisso com isso (o plano) e começamos a defender nosso povo", disse o major Sami al-Kurdi, porta-voz para o conselho militar rebelde.
Kurdi também disse que os rebeldes querem que a missão de observação da ONU no país seja transformada em uma "missão de aplicação da paz" ou que a comunidade internacional tome decisões "corajosas" e imponha uma zona de exclusão aérea e uma zona de proteção para ajudar a derrubar o presidente Bashar Assad.
A insurreição de 15 meses contra o governo de Assad (há 11 anos no poder) começou com protestos pacíficos, mas a Síria se aproxima de uma guerra civil, enquanto os rebeldes lutam contra a repressão violenta do governo.
A ONU enviou cerca de 300 militares desarmados à Síria para que observassem a implementação de um plano de paz proposto pelo enviado internacional Kofi Annan, com o objetivo de pôr fim à violência.
Após uma pausa inicial nos confrontos em 12 de abril, porém, o cessar-fogo não se manteve. Kurdi afirmou que ao menos 2 mil pessoas foram mortas na Síria depois que o cessar-fogo supostamente entrou em vigor.
O massacre do dia 25 de maio de ao menos 108 pessoas, quase metade delas crianças, na região de Houla, na província de Homs, foi o golpe fatal ao cessar-fogo.
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