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Soldados do governo filipino combatem os rebeldes em Zamboanga | Reuters/Erik De Castro
Soldados do governo filipino combatem os rebeldes em Zamboanga| Foto: Reuters/Erik De Castro

O grupo de rebeldes muçulmanos que tomou reféns e ocupou partes da cidade de Zamboanga, no sul das Filipinas, se negou a negociar com as autoridades e exigiu mediação internacional, informaram nesta quarta-feira (11) fontes oficiais.

A prefeita de Zamboanga, Maria Climaco-Salazar, disse que tentou contato com os insurgentes da Frente Moro de Libertação Nacional (FMLN), comandada por Nur Misuari, mas o grupo rejeitou qualquer interlocutor local, segundo o veículo Sun Star.

O porta-voz do grupo de Misuari, Absalmom Cerveza, declarou à rede de televisão ANC que não haverá rendição, nem retirada.

"Estivemos falando com o governo durante 35 anos. Não estamos interessados em negociar. No entanto, somos seres humanos, somos gente civilizada e sempre existe a possibilidade que escutemos algo razoável, que sirva para o bem de nossa gente", explicou Cerveza.

Por enquanto, a cidade de Zamboanga, situada em Mindanao, a 890 quilômetros de Manila e com uma população de 800 mil habitantes de maioria cristã, se encontra sob o toque de recolher.

As aulas foram suspensas e o comércio permanece fechado, mas os postos de gasolina, mercados e farmácias atendem às necessidades dos moradores.

Vários bairros estão ocupados pelos rebeldes, cujo número varia entre 100 e 400, que chegaram pelo mar na madrugada da segunda-feira, segundo as distintas fontes.

O número de civis que estão reféns dos insurgentes também varia entre dezenas e 200.

A falta de informações concretas também ocorre em relação aos mortos, que começou com seis e em alguns meios da imprensa chegou até nove, enquanto a Prefeitura de Zamboanga afirmou que os mortos são quatro.

O presidente das Filipinas, Benigno Aquino, descartou a declaração do estado de exceção, por enquanto, e disse que a preocupação principal de seu governo é que a população civil não seja utilizada pelos rebeldes como escudos humanos, além de impedir que a mesma fique sob fogo cruzado.

Um porta-voz das Forças Armadas desmentiu que um cessar-fogo tivesse sido acordado com os rebeldes, mas confirmou que os militares interromperam a ofensiva para dar uma oportunidade para o diálogo.

O ataque aconteceu um mês depois que Misuari exigiu a independência da região de Mindanao e de outras ilhas do sul e denunciou que seu grupo tinha sido excluído das negociações entre o governo e a Frente Moro de Libertação Islâmica (FMLI).

Misuari fundou o FMLN em 1971 e esta foi a principal organização muçulmana a recorrer às armas nas Filipinas, até a assinatura de um acordo de paz em 1996.

No entanto, cinco anos depois, Misuari denunciou o pacto e recorreu à luta armada quando iria perder nas urnas seu cargo de governador da Região Autônoma do Mindanao Muçulmano.

O FMLI foi fundado formalmente em 1984 após a cisão do grupo de Misuari e atualmente se encontra na fase final de suas negociações com o governo.

Segundo analistas filipinos citados pelo site de notícias Rappler, Misuari "está fazendo barulho" para boicotar as conversas entre o governo e o FMLI.

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