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“Empregado do ano”, diz cartaz com foto do primeiro-ministro grego, George Papandreou, em ironia ao alto desem­­prego no país | Aris Messinis/AFP
“Empregado do ano”, diz cartaz com foto do primeiro-ministro grego, George Papandreou, em ironia ao alto desem­­prego no país| Foto: Aris Messinis/AFP

Alemanha aceita troca "voluntária" da dívida para aprovar socorro

Berlim - A Alemanha cedeu em suas exigências para socorrer novamente a Grécia. A chanceler (premiê) alemã, Angela Merkel, concordou que a reestruturação da dívida seja voluntária. Os investidores privados não serão forçados, mas sim persuadidos a dividir a conta da crise.

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Cenários

Desfecho da crise grega ainda é uma incógnita. Veja algumas possibilidades:

Otimista

- Países europeus concordam em financiar a Grécia até o fim da crise. Com apoio político interno e consenso na Europa, novo pacote é aprovado sem que investidores privados sejam envolvidos. Situação se acalma no país, o calote e o contágio são evitados.

Provável

- Principais países europeus, Banco Central Europeu e FMI concordam com a "reestruturação" da dívida, que seria um calote coordenado. Como os credores serão atraídos ao acordo de forma voluntária, não há contágio para outros países.

Desastroso

- Este cenário seria o equivalente a "Lehman Brothers, o retorno". Calote é imposto aos investidores internacionais. Países "periféricos" da Europa sofrem contágio da crise grega e sistema financeiro também é contaminado.

Banco Central Europeu tem que socorrer bancos dentro e fora da Grécia. Crise atravessa o Atlântico e chega aos Estados Unidos.

Atenas - O governo socialista da Grécia anunciou uma extensa reformulação do gabinete, incluindo a substituição do ministro de Fi­­nanças, num esforço para conquistar apoio para reformas econômicas impopulares.

Em comunicado, o porta-voz George Petalotis disse que o governo designou Evangelos Venizelos para o Ministério de Finanças, em substituição a George Papacons­­tantinou. Considerado o arquiteto das reformas econômicas, Papaconstantinou foi deslocado para o Ministério do Meio Am­­biente e permanece no núcleo do governo.

Professor de Direito, Venizelos estava à frente do Ministério de Defesa. Membro do Partido So­­cialista desde os anos 80, ele foi ministro da Justiça e porta-voz do governo, e contrário à indicação do primeiro-ministro George Pa­­pandreou para a liderança do Partido.

O anúncio veio depois de dois dias de acontecimentos dramáticos na Grécia, que incluíram protestos de massa nas ruas de Atenas contra as novas medidas de austeridade e uma rebelião declarada contra essas medidas dentro do Partido Socialista.

Dois deputados renunciaram na quinta-feira e outros dois haviam saído do partido no começo da semana.

Venizelos tentará negociar um segundo empréstimo com os parceiros da Grécia na zona do euro e com o Fundo Monetário Inter­­nacional (FMI). Como pré-requisito, a Grécia deve adotar um pacote de austeridade de 28 bilhões de euros, que inclui profundos cortes de gastos e uma série de novos impostos.

Voto de confiança

Papandreou passará na terça-feira por um voto de confiança no Parlamento. Segundo analistas, o mercado deve acompanhar o processo com a mesma atenção dedicada à discussão das autoridades europeias sobre o novo pacote de auxílio ao país, porque a derrota de Papandreou pode se tornar mais um fator de risco associado à dívida grega.

O presidente da Comissão Eu­­ro­­peia, José Manuel Barroso, disse que os partidos gregos precisam aprovar rapidamente o novo go­­ver­­­­­­no "para que o processo de as­­sis­­tência financeira à Grécia possa continuar" sem solavancos. "A primeira condição para o sucesso (do auxílio) é a Grécia desejar essa ajuda e cumprir com a sua parte. É mui­­­­to importante que eles mandem si­­nais claros sobre isso", acrescentou.

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