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A Guerra do Pacífico (1879–1881) eclodiu quando a Bolívia passou a taxar as mineradoras chilenas de capital britânico que operavam livremente havia décadas na região boliviana de Antofagasta. Separada do altiplano boliviano pela Cordilheiras dos Andes, a região, que abriga o deserto do Atacama, era despovoada.

Temerosa de perder a região, a Bolívia declara o sequestro dos bens da empresa Antofagasta Nitrate & Railway Company, que se negara a pagar as taxas. O Chile invade então a cidade portuária de Antofagasta e a Bolívia declara guerra ao Chile, aliada com o Peru – mas os dois exércitos eram pequenos e demoraram a se organizar. Após a fuga da Bolívia, o Peru perde a guerra.

O saldo foi uma reorganização territorial, em que a Bolívia perdeu a região de Antofagasta – e sua saída para o Pacífico – e o Peru cedeu Arica.

Revolta histórica

A violência empregada durante a "chilenização" dos territórios ainda hoje deixa peruanos revoltados. "Eles aprendem na escola tudo sobre a guerra, enquanto nós não sabemos quase nada", explica o professor Fernando de la Cuadra, que é chileno.

Pelo Tratado de Ancón, de 1883, e de Lima, de 1929, definiram-se as novas fronteiras terrestres, mas não as marítimas, origem da contestação peruana.

Desde então a Bolívia luta por um acesso ao mar. Em 1932, esse foi o tema da Guerra do Chaco, contra o Paraguai, pelo qual tentou obter acesso ao Rio Paraguai, e por consequência ao Atlântico. Foi também uma das plataformas eleitorais de Evo Morales em 2005.

Para peruanos e bolivianos, resta a mágoa de que os depósitos de salitre, guano e cobre perdidos tenham sido cruciais para o desenvolvimento do Chile. "A história nem sempre é justa. Quase toda a riqueza mineral chilena vem dos territórios ocupados", diz o professor Antônio Carlos Peixoto. (HC)

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