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Soldado do Exército Livre da Síria dispara um rifle AK-47 em Aleppo, cidade que sofre com embates entre rebeldes e o governo | Goran Tomasevic/Reuters
Soldado do Exército Livre da Síria dispara um rifle AK-47 em Aleppo, cidade que sofre com embates entre rebeldes e o governo| Foto: Goran Tomasevic/Reuters

Humanitário

Representante da ONU quer mais ajuda para civis desabrigados

A chefe de assuntos humanitários da ONU, Valerie Amos, chegou ontem à Síria em busca de um acordo para ampliar a ajuda a civis retidos ou desabrigados por causa dos combates entre rebeldes e forças governamentais. Diplomatas dizem que isso só poderá ocorrer efetivamente quando os combatentes recuarem.

Centenas de sírios chegam diariamente a países vizinhos como refugiados, muitos deles feridos ou contando terem sido alvejados em regiões fronteiriças, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.

Valerie, que entrou na Síria num comboio a partir do Líbano, deve se reunir em Damasco com autoridades locais, inclusive o vice-chanceler Faisal Medad, e com funcionários do Crescente Vermelho.

A burocracia e a insegurança dificultam nos últimos meses os esforços da ONU para montar uma ampla operação humanitária.

O ex-primeiro-ministro sírio Riad Hiyab, que desertou recentemente e se refugiou na Jordânia, disse ontem em Amã que o regime do ditador Bashar Assad está ruindo.

Segundo ele, o governo está desmoronando "moral, econômica e militarmente" e não controla mais que 30% do território do país.

Em sua primeira coletiva após deixar o governo sírio, Hiyab pediu união dos opositores no exílio e que os oficiais do Exército de As­­sad se unam à revolução. O ex-primeiro-ministro dis­­­­se que desertou de forma­­ volun­­tária e negou que tenha sido­­ destituído, como afir­­mou Da­­mas­­co.

Fontes governamentais jor­­danianas anunciaram que Hi­­yab entrou na Jordânia em 8­­ de agosto, dois dias depois da televisão síria anunciar que seu mandato foi cassado. "As brigadas do Exército Livre Sírio desempenharam um papel importante na minha saída da Síria", destacou o ex-primeiro-ministro, em referência aos rebeldes que o ajudaram a escapar do cerco militar montado pelo regime após sua deserção.

Hiyab se declarou "inocente" do regime corrupto e disse que deixou o governo para servir à pátria e por estar insatisfeito. Além disso, prometeu ser "um soldado fiel de seu país entre os revolucionários" e afirmou que não deseja cargos no futuro.

Para o ex-primeiro-ministro, o regime só se sustenta graças à "opressão", enquanto o fosso entre governo e população está cada vez maior.

"O governo não era capaz de satisfazer as esperanças do povo e parecia que eu estava contra o povo, mas só Deus sabe o que sofria quando escutava informações de bombardeios nas cidades", revelou Hiyab.

O desertor agradeceu o­­ apoio do rei jordaniano, Ab­­dullah II, assim como da­­ Ará­­bia Saudita, Catar e Tur­­quia,­­ a quem pediu que sigam apoi­­ando a revolução síria.

Com a escalada dos conflitos no país de Assad, é crescente o número de deserções do regime. No último dia 30 de julho, o mais alto diplomata sírio no Reino Unido, Ka­­mal Ayoubi, renunciou decla­­rando "não estar mais disposto a representar um regime que cometeu atos de violência e opressão contra seu próprio povo".

Outros 17 altos oficiais do Exército sírio também desertaram no mesmo dia. Desde o início da revolta síria, em março do ano passado, estima-se que mais de 28 generais tenham renunciado.

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