Diplomacia
Chanceler pede mediação das Nações Unidas
Folhapress, em São Paulo
O chanceler argentino, Jorge Taiana, pediu ontem que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, interceda a fim de que o Reino Unido cesse os "atos unilaterais" nas Malvinas (que os britânicos chamam Falkland) e aceite negociar a soberania das ilhas. O chanceler acrescentou que também conversou com Ban sobre "a necessidade de cumprir com o que foi solicitado pelas diversas resoluções da Assembleia Geral (da ONU) e do comitê de descolonização com relação às negociações com a Argentina no conflito de soberania das ilhas". "Pedimos para que o secretário-geral transmita ao Reino Unido a necessidade de não cometer mais atos unilaterais", disse Taiana à imprensa após a reunião. "A Argentina está disposta ao diálogo e o Reino Unido se nega."
No mesmo dia em que a Assembleia Legislativa das Ilhas Malvinas defendeu o direito à presença britânica no arquipélago do Atlântico Sul, o ministério da Defesa do Reino Unido anunciou que enviará um submarino para aumentar a capacidade de defesa no território que ocupa mas que é contestado pela Argentina. No início da semana, a presidente Cristina Kirchner baixou proibições à navegação em sua costa e portos depois que uma petroleira britânica iniciou perfurações em busca de petróleo ao norte das Malvinas.
De acordo com o jornal inglês The Times, o submarino ainda não chegou ao arquipélago e a fragata britânica HMS York permanecerá nas águas do arquipélago.
No campo diplomático, ainda não houve contatos entre as duas chancelarias porque o Reino Unido aguarda posicionamento da ONU, para onde o governo argentino levou a disputa (leia mais, abaixo). Já o governo dos EUA pediu calma às duas partes e se manteve neutro, apesar de reconhecer a soberania britânica.
Ilhéus
Em Port Stanley, capital das ilhas, as autoridades relativizaram ontem as pressões de Cristina para forçar a Grã-Bretanha a negociar a soberania das Malvinas.
Segundo Jan Cheek, parlamentar das Malvinas, é "irônico" o pedido argentino de devolução das ilhas e a insistência em recorrer à Organização das Nações Unidas (ONU) com o argumento de que é preciso "descolonizá-las": "O que a Argentina quer é que nos transformemos em colônia sua."
Deixe sua opinião