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Um relatório secreto do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) aponta práticas de tortura nos interrogatórios promovidos pela CIA (Central Intelligence Agency) com suspeitos de terem participado do grupo Al-Qaeda. O documento, publicado na edição desta segunda-feira (16) do "The Washington Post", se refere a fatos ocorridos em 2007 e são, até o momento, as indicações mais graves e detalhadas sobre o que teria ocorrido nas prisões secretas mantidas pelos Estados Unidos. No documento, o CICV descreve a brutalidade física e psicológica que agentes americanos teriam cometido em prisões mantidas pelo serviço de inteligência. Segundo o relatório, o tratamento era "cruel, desumano e degradante" e os prisioneiros eram levados "à beira da morte e de volta".

O documento havia sido enviado pelo CICV à cúpula americana, alertando sobre o tratamento dos prisioneiros em locais administrados pela CIA. O relatório foi produzido depois que o Comitê, com sede em Genebra, teve acesso a prisioneiros considerados como peças-chave nas investigações sobre terrorismo quando eles foram transferidos, em 2006, para a prisão de Guantánamo.

O ex-presidente George W. Bush admitiu que seu governo usou medidas coercitivas em interrogatórios de suspeitos de terrorismo, mas insistiu que os Estados Unidos seguiam o direito humanitário internacional. O governo de Barack Obama prometeu dar uma solução a eventuais violações. Mas, para o relator da ONU contra a Tortura, Manfred Nowak, as práticas podem ainda estar ocorrendo.

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