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Sydney – A crise política Em Timor Leste pode estar perto do fim com a renúncia ontem do primeiro-ministro Mari Alkatiri, considerado o principal responsável pela onda de violência em Díli. Em entrevista coletiva, Alkatiri reconheceu sua parte de responsabilidade pela situação vivida pelo país e ofereceu seu cargo para evitar a renúncia do presidente, Xanana Gusmão. "Renunciarei a meu cargo como primeiro-ministro e como membro do governo da República Democrática de Timor Leste (RDTL) para evitar a renúncia de sua excelência, o presidente da RDTL", afirmou Alkatiri.

No comunicado que leu na entrevista coletiva, e que foi distribuído à imprensa, Alkatiri afirmou que estava dando o passo pelo bem da nação, e ofereceu-se para dialogar com Gusmão visando a contribuir para a formação de um governo interino caso seja necessário. Alkatiri acrescentou que retomará sua função de deputado no Parlamento, onde o Fretilin, partido que preside, tem maioria.

A decisão de Alkatiri foi bem recebida por Marl Vaile, primeiro-ministro interino da Austrália, país que tem mais de mil militares postados em Timor para garantir a estabilidade. Vaile felicitou Gusmão pelo desenlace dos eventos e expressou o desejo de Camberra de que a renúncia marque o final do período de turbulência política que sacode o Timor desde o fim de abril.

A renúncia dá a vitória a Gusmão na queda-de-braço que o chefe de Estado travava com Alkatiri desde a semana passada, quando ameaçou abandonar a Presidência se o primeiro-ministro não deixasse o cargo.

Gusmão, político mais carismático do país, lançou o desafio depois de a tevê australiana divulgar que Alkatiri organizara uma milícia armada para eliminar seus inimigos políticos. Alkatiri e o ex-ministro do Interior Rogério Lobato foram acusados pelo ex-guerrilheiro Vicente Railos da Conceição de fornecer armas a seu grupo para assassinar seus oponentes políticos.

Lobato encontra-se em prisão domiciliar desde a semana passada, após a investigação realizada pela Promotoria, enquanto Alkatiri não foi acusado devido à falta de provas, segundo disse o promotor-geral do Estado, Longuinhos Monteiro. A violência em Timor deixou 30 mortos em confrontos nas ruas de Dili e cerca de 100 mil pessoas foram deslocadas.

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