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Em barracas improvisadas nas ruas, os moradores de Katmandu, capital do Nepal, milhares enfrentaram o temor de fortes réplicas neste domingo (26), enquanto equipes tentam encontrar sobreviventes sob os escombros de centenas de construções destruídas pelo terremoto de magnitude 7,8 que atingiu o país na véspera.

Segundo autoridades nepalesas, ao menos 2.430 pessoas morreram no país, incluindo 1.152 na capital Katmandu. Outros 18 morreram em uma avalanche no Everest, segundo balanço da agência de notícias Associated Press. O número oficial de feridos chega a 5.900. Na Índia, autoridades estimam que 57 pessoas morreram. A TV estatal chinesa informou que 17 pessoas morreram na região do Tibete. Há relato de vítimas também em Bangladesh.

Por temor de novos tremores e desabamentos, milhares dormiram em parques e campos de golfe e passaram o dia em ruas superlotadas. Outros acamparam em praças abertas, ao lado de prédios destruídos e pilhas de destroços. Médicos levaram centenas de pacientes para as ruas de Katmandu quando as réplicas atingiram os hospitais já danificados pelo tremor principal.

Dezenas de réplicas atingiram o país neste domingo, o pior deles com magnitude 6.7. Os moradores que não haviam saído de suas casas, correram em pânico para as ruas. “Nós não sentimos seguros. Houve tantas réplicas. Não para”, disse Rajendra Dhungana, 34, que passou o dia no crematório do Templo Pashuputi Nath, em Katmandu. “Eu vi centenas de corpos queimarem. Eu nunca pensei que veria tantos... Nepal deveria aprender uma lição com isso. Eles deveriam perceber que os prédios devem ser construídos de forma correta”, disse.

Com os esforços de resgate longe de acabar, o número de vítimas ainda deve aumentar.

Tragédia

O abalo deste sábado foi o pior registrado no Nepal em 80 anos e o número de mortos poderia ser ainda pior, disse um responsável da ONG Médicos Sem Fronteiras. Segundo ele, as organizações humanitárias estão tendo dificuldade em avaliar a catástrofe.

Os EUA e a União Europeia prometeram enviar ajuda.

Uma equipe de 52 médicos e socorristas, especializados na busca de pessoas soterradas, além de cães treinados estão seguindo para o país. A França também enviou socorristas e equipamentos de emergência.

Sessenta e duas equipes de resgate chinesas já chegaram ao Nepal com cães treinados.

O Japão enviou imediatamente uma equipe de especialistas em terremoto formada por 70 policiais, bombeiros e membros da Guarda Costeira.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que as “Nações Unidas estão apoiando o governo do Nepal na coordenação das operações internacionais de busca e resgate e estão se preparando para organizar um grande esforço de assistência”.

“Temos colocado todos os nossos recursos para a busca e resgate”, disse o porta-voz da polícia nacional, Kamal Singh Bam. “Enviamos helicópteros para as áreas remotas e estamos fazendo buscas em escombros de edifícios para tentar encontrar alguém.”

No Everest, onde o terremoto causou avalanches, seis helicópteros retiraram feridos que estavam no acampamento-base, a 5.000 metros de altitude.

Brasileiros

O Itamaraty informou que há registro de 79 brasileiros no Nepal. Desses, 54 já foram localizados e estão bem. Por enquanto, não há registro de brasileiros entre as vítimas do terremoto.

O governo brasileiro tem sido contatado por familiares e amigos de turistas brasileiros no país, por telefone e redes sociais, desde o sábado - com essas informações chegou ao total de 79. Segundo o Itamaraty, a comunidade brasileira no país é muito pequena, constituída basicamente da embaixada.

Os turistas no Nepal estão concentrados na capital Katmandu, em Pokhara e na região do Everest. O Itamaraty informou que a comunicação no país ainda está muito difícil e que o número de 54 localizados deve aumentar -ressaltou também que muitos familiares não comunicam a embaixada de contatos feitos com quem está lá.

Ainda de acordo com o Itamaraty, eles estão bem, não precisam de auxílio médico. A embaixada segue empenhada em localizar brasileiros, buscando em hotéis e por meio de agências de turismo.

Nos outros países afetados pelo terremoto também não há registro de brasileiros entre as vítimas.

O Itamaraty informou que mais um diplomata foi enviado ao país para reforçar os trabalhos.

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