John McCain, em encontro com eleitores em Denver, no Colorado, na tarde de ontem| Foto: John Moore/AFP

Washington - Em uma concessão importante, o candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, John McCain, abandonou seus esforços para ganhar as eleições em Michigan, um estado favorável aos democratas onde o senador pelo Arizona tinha esperanças de vencer.

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Funcionários republicanos a par da estratégia indicaram que McCain está retirando pessoal de campanha, diminuindo a propaganda e cancelando visita ao Michigan, que oferece 17 votos no colégio eleitoral. Segundo eles, os recursos humanos e financeiros retirados do Michigan serão enviados a Ohio, Wisconsin, Flórida e outros estados onde a competição permanece mais forte e os republicanos têm chance de vitória.

A notícia da decisão de McCain ocorreu no momento em que seu rival democrata Barack Obama se preparava ontem para participar de um evento de campanha na Universidade Estatal do Michigan, seu terceiro comício no estado em cinco dias. Se Obama sabia algo dos planos de McCain não demonstrou e continuou a criticar as propostas do seu rival para a política econômica, ao dizer que elas serão uma continuação das políticas do presidente George W. Bush.

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"A filosofia do meu rival não apenas é equivocada, ela também revela que ele está fora da realidade", disse Obama para mais de 15 mil pessoas que se juntaram para ouvi-lo em um fria tarde de outono.

A notícia da mudança da estratégia de McCain ocorreu pouco antes do debate entre os candidatos a vice-presidente, o democrata Joseph Biden e a republicana Sarah Palin.

O candidato democrata à presidência em 2004, John Kerry, venceu no Michigan, mas McCain havia identificado o estado industrial como um objetivo importante para sua campanha, especialmente por causa dos problemas de Obama em conquistar o voto do operariado branco.

Mas Michigan nunca foi um terreno fértil para o candidato republicano. Tem um governador democrata e os estrategistas republicanos disseram que a cambaleante economia do estado, somada à grande impopularidade de Bush e ao fato de McCain ter sido vinculado ao presidente, colocaram grandes obstáculos ao republicano.

Esses problemas, segundo eles, se agravaram ainda mais após Wall Street ter afundado no pregão de segunda-feira desta semana.

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Para ser eleito presidente americano, um candidato precisa conquistar 270 votos no colégio eleitoral. Os votos no colégio são proporcionais à população de cada estado. Antes, Obama havia abandonado seus esforços no Alasca, Geórgia e Dakota do Norte.

Pesquisas

Duas pesquisas nacionais de intenção de voto divulgadas ontem indicavam que Obama permanece na frente de McCain. Um terceiro levantamento aponta uma virada do democrata, após o debate contra McCain na tevê, na sexta-feira passada. Quem apontou a virada foi o instituto GW/Battleground. Na segunda-feira, já depois do debate mas ainda não totalmente sob efeito dele, o levantamento dava a dianteira a McCain – 48% contra 46% para Obama. Ontem, o resultado não apenas se inverteu como deu uma vantagem de cinco pontos porcentuais para Obama. O GW/Battleground registra, agora, 49% das intenções de voto para o democrata e 44% para o republicano.