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Um ano depois da eleição presidencial que levou o democrata Barack Obama ao poder nos Estados Unidos, o oposicionista Partido Republicano alterou o terreno político do país ao vencer as votações para os governos de Virgínia e New Jersey.

O prêmio de consolação dos democratas foi uma inesperada vitória em uma eleição especial para uma cadeira vaga na Câmara dos Representantes pelo Estado de Nova York, onde uma insurreição do conservador Doug Hoffman contra a candidata republicana Dede Scozzafava ajudou Bill Owens a ganhar um assento que estava nas mãos dos republicanos havia mais de um século.

Na cidade de Nova York, o prefeito independente Michael Bloomberg conseguiu se reeleger, derrotando os democratas por pequena margem. Com todas as urnas apuradas, Bloomberg obteve 51% dos votos, enquanto o democrata William Thompson Junior ficou com 46% dos sufrágios. Bloomberg conseguiu a vitória apesar de sua impopular decisão de alterar a legislação para retirar o limite de dois mandatos consecutivos e tentar a prefeitura da cidade por mais quatro anos.

A Casa Branca se distanciou das perdas dos democratas na Virgínia e em New Jersey, ao dizer que as eleições gravitaram em torno de temas locais e não foram um referendo ao governo de Obama. Mas o resultado do pleito é um revés para Obama, que luta para aprovar a reforma do sistema de saúde e da legislação sobre a mudança climática, ao mesmo tempo que precisa lidar com a impopularidade da guerra no Afeganistão.

Os eleitores da Virgínia e de New Jersey foram às urnas para decidir sobre "questões muito locais que não envolvem o presidente", disse o secretário de imprensa da Casa Branca, Robert Gibbs.

O dirigente do Partido Republicano, Michael Steele, disse que as vitórias demonstram um "partido transcendente" que está novamente em marcha. Steele também disse à emissora de televisão CBS acreditar que os republicanos "encontraram novamente a voz" após as devastadoras perdas eleitorais de 2008.

As eleições de ontem também podem ter sido um alerta para o democratas. Em 2010, os eleitores norte-americanos renovarão um terço do Senado e toda a Câmara dos Representantes. Além disso, ocorrerão várias eleições para governadores de Estados.

Em Nova York, depois de ter ficado claro que os conservadores haviam dividido os votos, Hoffman reconheceu a derrota para Owens nas primeiras horas desta quarta-feira. "Esta é apenas uma batalha, pessoal. Continuemos lutando para assegurar que nossas vozes sejam ouvidas e possamos nos levantar", disse Hoffman.

No entanto, Christopher J. Christie derrotou o democrata Jon S. Corzine na primeira vitória republicana de alcance estadual em New Jersey desde 1997.

Em Virgínia, os eleitores escolheram o ex-secretário de Justiça Bob McDonnell para governar o Estado, levando os republicanos de volta ao poder ali depois de oito anos de domínio democrata.

Nos três Estados, os eleitores declararam-se preocupados com a manutenção dos empregos e com o crescimento econômico e muitos manifestaram desconforto com as políticas democratas apenas um ano depois da histórica vitória de Obama.

Em 2008, Obama foi o primeiro candidato presidencial democrata a vencer em Virgínia desde 1964. De 2001 para cá, o Estado elegeu dois governadores e dois senadores democratas. Agora, os republicanos venceram.

Em New Jersey, os democratas não conseguiram segurar o Estado depois de oito anos no poder.

Já em Nova York, uma cadeira que estava em mãos republicanas havia mais de um século agora é democrata.

"Esta é uma eleição de descontentes", observou Peter Hart, um especialista do Wall Street Journal em assuntos do Partido Democrata.

"É uma eleição na qual quem está dentro perde e quem está fora vence. Está mais para uma continuação do que aconteceu em 2008 para uma transição para algo novo."

Maine Rejeita casamento gay

Os eleitores do Estado do Maine rejeitaram na terça-feira um projeto de lei encaminhado a referendo para decidir se os casais formados por pessoas do mesmo sexo teriam ou não direito a se casar. Numa votação acirrada, a medida foi rejeitada por 53% a 47%, com 87% das urnas apuradas até a manhã desta quarta-feira.

A decisão do eleitorado representa um revés para os defensores dos direitos dos homossexuais. Eles esperavam que o Maine se tornasse o primeiro Estado americano a aprovar o casamento entre pessoas do mesmo sexo pelo voto direto.

O resultado faz do Maine o terceiro Estado americano (atrás da Califórnia e do Havaí) no qual os eleitores rejeitam uma iniciativa vinda do governo em favor do casamento entre homossexuais nos Estados Unidos.

No Estado de Washington, os eleitores pareciam prestes a aprovar um referendo autorizando a união civil entre homossexuais. O "sim" vencia o "não" por 51% a 49%, segundo dados da apuração em andamento.

O governo federal e a maior parte dos Estados dos EUA não reconhece o casamento entre homossexuais.

Até agora, cinco Estados americanos aprovaram a emissão de certidões de casamento a pessoas do mesmo sexo, mas tais decisões foram tomadas pela Justiça ou pelo Legislativo local.

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