A violência e a confusão tomaram conta de Kinshasa, capital da República Democrática do Congo (RDC), onde neste sábado (10) foram registrados vários distúrbios protagonizados por seguidores da oposição após o anúncio de vitória do presidente do país, Joseph Kabila, no pleito do dia 28 de novembro.

CARREGANDO :)

Segundo a Agência Efe pôde constatar, as ruas de vários distritos de Kinshasa se transformaram em verdadeiros campos de batalha, onde partidários da oposição, armados com pedras, paus e coquetéis molotov, enfrentam as forças de segurança, que utilizam gás lacrimogêneo ou dão tiros ao ar para dispersar a multidão.

Grupos de jovens seguidores do líder da oposição, Etienne Tshisekedi, que segundo os resultados preliminares ficou em segundo lugar na corrida à Presidência com 32,33% dos votos, levantaram barricadas em diversas ruas da capital com pneus incendiados, dispersados mais tarde pela Polícia.

Publicidade

Essas cenas de violência foram especialmente intensas na entrada dos bairros de Matete e Mombele, no município de Limete, onde fica a sede do partido de Tshisekedi - União para a Democracia e o Progresso Social (UDPS).

Considerado um dos bairros mais problemáticos de Kinshasa, Matete foi também palco de violentos enfrentamentos durante a campanha eleitoral, período durante o qual morreram pelo menos 18 pessoas, segundo números da organização Human Rights Watch (HRW).

"Considero os resultados como uma verdadeira provocação a nosso povo", criticou Tshisekedi, que no entanto disse que não fará denúncias na Corte Suprema, pois a considera "um órgão judicial controlado pelo Governo".

O opositor Vital Kamerhe, líder da União para a Nação Congolesa (UNC), que ficou em terceiro lugar na corrida à Presidência com 7,74% dos votos, também anunciou nesta sexta-feira à noite sua rejeição aos resultados.

Joseph Kabila, de 40 anos, conseguiu vencer seu segundo mandato e governará o país por mais cinco anos. Ele chegou ao poder em 2001, depois do assassinato de seu pai, Laurent Désire Kabila, líder da rebelião armada que derrubou o regime de Mobutu Sese Seko.

Publicidade

Cerca de 32 milhões de congoleses foram às urnas há mais de uma semana para participar do pleito do dia 28 de novembro, o segundo que se realiza no país após quatro décadas de ditaduras militares e guerras civis.

Veja também
  • Negociações do clima cada vez mais incertas
  • Comissão Europeia doará 24 milhões de euros contra fome na Somália
  • Aumenta tensão no Congo enquanto população espera resultados da eleição