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O secretário-geral do sindicato trabalhista CFDT, Laurent Berger (à esquerda), e a líder sindical francesa da CGT, Sophie Binet (centro), chegam ao Hotel Matignon para se encontrar com a primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, (não retratada), em Paris, França, 05 de abril de 2023.
O secretário-geral do sindicato trabalhista CFDT, Laurent Berger (à esquerda), e a líder sindical francesa da CGT, Sophie Binet (centro), chegam ao Hotel Matignon para se encontrar com a primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, (não retratada), em Paris, França, 05 de abril de 2023.| Foto: EFE/EPA/YOAN VALAT

A reunião entre a primeira-ministra da França, Élisabeth Borne, e os sindicatos sobre a reforma da previdência terminou sem avanços, devido à recusa da chefe do governo em retirar o texto legal, segundo anunciaram nesta quarta-feira os sindicalistas.

“É necessariamente um fracasso”, disse Cyril Chabanier, presidente do sindicato CFTC, que, após o encontro com a Borne, leu uma declaração conjunta dos dirigentes dos oito principais sindicatos da França.

Sua principal mensagem é que os sindicatos não estão dispostos a abrir negociações sobre outras questões trabalhistas, como queria Borne, até que ela primeiro retire essa polêmica reforma, que posterga a idade mínima de aposentadoria de 62 para 64 anos.

“A primeira-ministra disse que quer manter seu texto, uma decisão grave”, já que a reforma “é rejeitada por quase toda a população”, acrescentou Chabanier, que insistiu que a reforma é “injusta” e “brutal”.

Já o secretário-geral da Confederação Democrática Francesa do Trabalho (CFDT, a primeira federação do país), Laurent Berger, reclamou que a primeira-ministra só os convocou agora que o processo de adoção da lei já está concluído, e “é muito tarde” .

Embora tenha reconhecido que outras questões trabalhistas que a primeira-ministra pretendia colocar na mesa são importantes, frisou que estas estão relacionadas com a previdência e o atraso da idade de aposentadoria.

Por isso, Berger pediu que "haja o maior número possível de trabalhadores e cidadãos nas manifestações de amanhã", quinta-feira (06), naquele que será o 11º dia de mobilização nacional contra a reforma.

Por sua vez, a nova líder da Confederação Geral do Trabalho (CGT), Sophie Binet, considerou a reunião de hoje "inútil" e criticou "um governo radicalizado, obtuso e desconectado" da realidade, além de "irresponsável, por conta do clima social que gerou.

"O governo é responsável pela desordem", acrescentou Binet, que garantiu que as mobilizações devem continuar "até que o governo entenda que não há outra saída senão a retirada desta reforma".

Em um breve comunicado, a primeira-ministra esforçou-se para ver o lado positivo desta reunião que ela própria decidiu organizar para tentar virar a página.

Borne salientou o tom "respeitoso" do encontro e destacou que “há muitos assuntos sobre os quais concordamos que são importantes e que poderemos discutir mais tarde”.

Os sindicatos não se privaram, por outro lado, de pedir "responsabilidade" ao Conselho Constitucional, que no próximo dia 14 de abril deverá validar ou não a lei, naquilo que poderá marcar uma nova virada na crise da previdência.

Para as centrais sindicais, o órgão de interpretação da Carta Magna francesa deve “ver que nossa democracia precisa de calma” após quase três meses de protesto social.

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