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Berlim (Das agências) – A Alemanha vai completar 15 anos da reunificação na próxima segunda-feira sem conseguir resolver o abismo econômico entre Leste e Oeste. Mesmo com a disputa entre Gehrard Schröder e Angela Merkel pela Chancelaria, o país continua politicamente unido e pode acabar sendo guiado por uma coalização de reformistas e conservadores. No entanto, as desigualdades sociais são evidentes: 18,2% da população economicamente ativa da ex-Alemanha Oriental está sem trabalho. No lado Ocidental, o índice é de 9,6%.

Desde 1990, a região perdeu cerca de 2 milhões de habitantes. A maioria dos migrantes é composta por jovens que buscam oportunidades de estudo e trabalho nos grandes centros do Oeste. Ao menos economicamente, o consenso é que o processo de reunificação fracassou.

O 1,3 trilhão de euros (RS$ 3 trilhões de reais) investido nos últimos 15 anos não foi suficiente para tirar o Leste alemão da situação falimentar. Embora a infra-estrutura da região – estradas, ferrovias e telecomunicações, por exemplo – tenha melhorado muito, o principal parece ter ficado de fora: mesmo após grandes transferências de dinheiro, a ex-Alemanha socialista não tem capacidade de andar com as próprias pernas.

As indústrias pesadas da era comunista, tecnologicamente superadas, foram fechadas. De uma hora para outra, milhares de pessoas ficaram sem emprego. Além disso, uma enorme quantidade de produtos manufaturados no Oeste finalmente chegaram ao Leste – incluindo Coca-Cola, como retratado no filme Adeus, Lênin, de Wolfgang Becker.

De acordo com alguns analistas, porém, o Oeste não pode ser visto como o "primo rico e generoso". Isso porque o processo de reunificação teria sido confundido com a canibalização da economia do Leste. Diversas empresas foram fechadas, e as grandes companhias do lado ocidental, que de repente viram um mercado de 17 milhões de pessoas se abrir, não tinham interesse no desenvolvimento de uma economia própria na região que ainda dava os primeiros passos no capitalismo.

Resultado: salvo grandes centros como Dresden e Leipzig, que conseguiram atrair empresas do Oeste, a economia da ex-Alemanha Oriental é pouco competitiva, formada por empresas de pequeno porte e que atendem somente o mercado local.

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