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Khalid Sheikh Mohammed e mais quatro presos pedem a realização de uma sessão para confessarem seus crimes no Camp Justice, na base nval de Guantánamo | Mandel Ngan / Reuters
Khalid Sheikh Mohammed e mais quatro presos pedem a realização de uma sessão para confessarem seus crimes no Camp Justice, na base nval de Guantánamo| Foto: Mandel Ngan / Reuters

O autodeclarado mentor dos atentados de 11 de setembro de 2001 e outros quatro suspeitos de terrorismo presos na base americana de Guantánamo, em Cuba, surpreenderam o tribunal militar em que são julgados, na ilha, ao pedirem nesta segunda-feira (8) para confessarem-se culpados. Segundo o "New York Times", a manobra pode ser uma tentativa de evitar o julgamento. Em nota, os presos disseram ter tomado a decisão no dia 4 de novembro, quando o democrata Barack Obama foi eleito presidente dos Estados Unidos.

Alvo de denúncias de ONGs e defensores dos Direitos Humanos, o tribunal de Guantánamo pode ser fechado por Obama, que, ainda como presidente eleito, prometeu pôr fim à prisão em Cuba e transferir os julgamentos de suspeitos de terrorismo para tribunais civis. As confissões dos presos seriam também uma forma de chamar a atenção da opinião pública contra a possibilidade de os EUA condenarem os cinco à pena de morte, conforme foi pedido por promotores militares.

Em nota enviada ao juiz Steven Henley, coronel do Exército responsável pelo julgamento, os cinco presos pedem a realização de uma sessão para que confessem seus crimes, mas não especificam quais acusações pretendem admitir. Entre eles está Khalid Sheikh Mohammed, que já disse ter planejado os atentados de 11 de setembro "de A a Z".

O juiz afirmou, no entanto, que vai entrevistar os detentos para garantir que eles entendem o real impacto de sua decisão e se a nota correspondente à vontade deles. Henley disse ainda que não vai aceitar qualquer confissão de culpa durante as audiências agendadas para esta semana, mas não explicou por que.

Escrita pelos presos durante encontros autorizados nas últimas semanas pelos militares, a nota enviada ao juiz diz que os cinco recusam a assessoria jurídica dos advogados apontados pelo Exército americano. Em sua primeira declaração na sessão desta segunda-feira, o suposto mentor dos ataques disse que não confia no juiz, nos advogados e nem no presidente americano, George W. Bush.

"Todos vocês são pagos pelo governo dos EUA. Eu não confio em americanos", disse Khalid Sheikh Mohammed.

Nove parentes de sobreviventes dos ataques terroristas foram à base naval americana para acompanhar o julgamento, que pode ser o último do tribunal militar de Guantánamo. Os presos são acusados pela morte de 2.973 pessoas em 11 de setembro de 2001.

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