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Genebra – Os trabalhadores de São Paulo e do Rio de Janeiro são os que mais contam com dias de férias entre 71 cidades analisadas em um estudo do banco UBS. São 30 dias de folga por ano, como no resto do país, enquanto a média mundial é de 20 dias. As vantagens, no entanto, param por aí. As duas cidades dispararam no ranking das cidades com custo de vida mais caro. São Paulo passou da 51.ª para 42.ª posição e o Rio, da 57.ª para a 43.ª.

Um mês de folga pode parecer pouco, mas em Pequim, por exemplo, os trabalhadores têm apenas 9 dias de férias ao ano, contra 12 em Cingapura. Em Seul, trabalha-se 600 horas a mais por ano do que em Paris.

O problema é que, mesmo com salários considerados baixos, os dois municípios brasileiros estão cada vez mais perto dos centros mais caros do mundo, liderados por Oslo (Noruega), Londres (Inglaterra) e Copenhague (Dinamarca). No outro extremo da lista estão Buenos Aires, Mumbai (Índia) e Kuala Lumpur (Malásia).

Mas existe situação pior. Enquanto os brasileiros são os que mais têm férias, os asiáticos são os que mais horas trabalham por ano no mundo. Segundo o estudo do UBS, um funcionário coreano ou chinês trabalha quase 50 dias a mais por ano que um trabalhador europeu. De acordo com o estudo, essa é uma forma de compensar pelos salários baixos pagos na região.

No mundo, uma pessoa trabalha em média 1,8 mil horas por ano. Mas em Seul, capital coreana, essa taxa chega a 2,3 mil horas. Outras cidades onde se trabalha acima da média mundial é Hong Kong e Mumbai, com 2,2 mil horas por ano cada. Nas duas cidades brasileiras analisadas pelo UBS, a média é de 1.736 horas de trabalho em São Paulo e 1.709 horas por ano no Rio de Janeiro.

Isso significa que, além da renda mais elevada, depois de comprarem seus bens básicos, os trabalhadores de cidades norte-americanas e européias têm bem mais dinheiro para aproveitar o tempo de lazer que os latino-americanos, segundo o UBS.

Segundo Simone Hofer, editora do estudo, a valorização do real fez São Paulo e Rio subirem no ranking. Os gastos de cada cidadão, além de seus salários, são transformados em dólares pelos pesquisadores antes das comparações. Outro fator é o contínuo aumento de preços e o pausado aumento de salários, diz Hofer.

O banco UBS realiza essa pesquisa todos os anos. O estudo é baseado no preço de 122 produtos e serviços, excluindo a moradia, e abrange 71 cidades. Curitiba não está entre as cidades pesquisadas.

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