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Curitiba – O risco de asteróides e cometas quilométricos que viajam pelo espaço atingirem a Terra vem diminuindo, mas as pesquisas científicas apontam para uma certeza: um dia, isso vai acontecer. Diante de cálculos que indicam que o planeta sofre um grande impacto a cada período de cerca de 1,5 milhão de anos, as marcas deixadas por supostos meteoritos no último mês no Sul do Paraná, na região de Irati, ganharam a atenção dos especialistas. As investigações com material de buracos apontados pela população concluíram que não houve impacto, mas o correr de pontos luminosos no céu foi confirmado por especialistas do Observatório Municipal de Diadema (SP).

O astrônomo Christiano Nogueira, de Curitiba, afirma que o número de meteoritos que atingem a Terra é bem maior do que se imagina. "Como a maior parte do planeta é coberta de água, eles não são percebidos pelo homem." Por outro lado, Nogueira afirma que não há indícios de que algum ser que habita hoje o planeta vá presenciar um choque de grande impacto com prejuízo à vida.

Um cometa gigante teria provocado o desaparecimento de 70% a 90% das espécies cerca de 250 milhões de anos atrás. Segundo as últimas descobertas, o cometa caiu na Antártida e deixou uma cratera que equivale ao dobro do território da Suíça. O fenômeno é recente, se considerados os 5 bilhões de anos da Terra.

Diante dessa ocorrência, a importância de casos como o registrado no Paraná é quase insignificante. Os cientistas acreditam que os meteoritos que cruzaram o céu da região se desintegraram antes mesmo de atingir o solo. Eles descrevem o fenômeno como meteoro, em que riscos no céu, muitas vezes, são provocados por pedaços de rocha que pesam apenas 10 gramas ou têm o tamanho de um grão de feijão.

O maior meteorito brasileiro já encontrado não está entre os dez maiores do mundo. Seu nome é Bendegó, uma peça de 2,1 m por 1,5 m que pesa 5,36 toneladas e foi achada em 1784 no interior da Bahia. Ele é composto principalmente de ferro e níquel. Na época de seu descobrimento, era o segundo maior do mundo. O rebaixamento, no entanto, não indica que estão caindo cada vez mais metoritos, mas que as descobertas aumentaram.

Caso raro

A queda de meteoritos tende a ocorrer cada vez mais compassadamente, segundo os especialistas. O astrônomo amador Maurício José Kaczmarech, de Ponta Grossa, afirma que, quando o Sistema Solar se formou, o espaço estava infestado de restos de matéria, desde grãos de poeira até blocos com dezenas e mesmo centenas de quilômetros. "Entretanto, com o tempo, tais objetos foram colidindo uns contra os outros e com os planetas, reduzindo cada vez mais a sua quantidade." Os cientistas buscam novos parâmetros para calcular os riscos de uma colisão.

Kaczmarech lembra que, em 1994, um asteróide do tamanho de um grande navio, com uma massa que pesaria, na Terra, umas 6 mil toneladas, passou astronomicamente perto do planeta – a 150 mil quilômetros, metade da distância que separa a Terra da Lua. A possibilidade de colisão foi descartada ante da aproximação máxima.

"Hoje se considera que é de uma em cinco mil a probabilidade de um asteróide tão grande quanto o que caiu na Terra na época dos dinossauros nos atinja nos próximos cem anos", relata. As estimativas são de que, se um asteróides com mais de um quilômetro de diâmetro atingisse a Terra hoje, um quarto da humanidade seria dizimado. O Sistema Solar tem cerca de 700 mil asteróides dessa dimensão.

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