O ex-ministro Rishi Sunak na frente de seu escritório de campanha, em Londres.| Foto: Tolga Akmen/EFE/EPA
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Rishi Sunak, ex-ministro da Economia do Reino Unido, se apresentou neste sábado como candidato alternativo aos poderes que apoiam sua rival à liderança do Partido Conservador, Liz Truss, em um comício em Grantham, cidade natal do ícone “tory” Margaret Thatcher. Em seu primeiro discurso de campanha nas primárias – em que os membros do partido terão de escolher o sucessor do primeiro-ministro demissionário Boris Johnson –, Sunak declarou que, durante sua passagem pelo governo, constatou que “o sistema está quebrado”.

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“Os poderes querem que isso seja uma coroação da outra candidata. Mas acho que os militantes querem ver suas opções e estão prontos para ouvi-la”, disse Sunak, que está bem abaixo da ministra de Relações Exteriores nas pesquisas de intenção de voto.

Apesar de ter ocupado o cargo de ministro da Economia no governo Johnson por dois anos, Sunak defendeu que é preciso um novo “radicalismo” no poder, que seja capaz de realizar as reformas necessárias e seja sincero com os cidadãos. “Se queremos cumprir a promessa do Brexit, precisamos de alguém que entenda o Brexit, que acredite no Brexit, que tenha votado no Brexit”, afirmou, em alusão velada à sua rival, que era a favor da permanência na União Europeia antes de mudar de opinião e defender fervorosamente a saída do bloco.

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Além disso, Sunak também criticou, sem mencioná-lo, o plano de Truss de cortar impostos e pagá-los aumentando a dívida do país, já que, em sua opinião, “um verdadeiro conservador não quer que seus filhos sejam obrigados a pagar suas dívidas”. “Devemos dizer a verdade sobre o custo de vida. A inflação é o inimigo que empobrece a todos e coloca em risco suas casas e economias. E devemos dizer a verdade sobre os impostos. Não vou colocar mais dinheiro no bolso das pessoas sabendo que a inflação o levará imediatamente”, comentou.

Em uma entrevista publicada na edição deste sábado do jornal The Times, que o apoiou publicamente, Sunak havia afirmado que seu país enfrenta uma “emergência nacional” na economia, saúde pública e imigração ilegal. Por isso, prometeu colocar o país em “modo de crise” desde o primeiro dia caso se torne primeiro-ministro, pois entende que “a mentalidade de fazer a mesma coisa” não funciona mais.

Os filiados ao Partido Conservador começarão a receber seus boletins para votar pelo correio a partir de 5 de agosto, e poderão fazê-lo ao longo de um mês, até que o vencedor seja anunciado em 5 de setembro. No dia seguinte, Johnson apresentará sua renúncia à rainha Elizabeth II, que então confiará ao novo líder conservador a formação do governo.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]